Técnicas de padronização de dados, qualidade das análises estatísticas e uso do de software livre foram alguns dos assuntos tratados em workshop do Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A equipe do órgão e mais cerca de 100 técnicos do judiciário discutiram, ainda, o uso de novos métodos e soluções digitais gratuitas para processamento de dados dos tribunais do País. O evento ocorreu na última terça-feira (5/9), ao fim da Reunião Preparatória do XI Encontro Nacional do Poder Judiciário.
“Informação é essencial. Sem o devido diagnóstico, as políticas públicas são feitas no escuro”, disse Gabriela Soares, diretora técnica do DPJ ao abrir o workshop. A cada ano, diz ela, cresce o apoio recebido pelas áreas técnicas no Judiciário.
Representantes dos cinco ramos de Justiça formaram a plateia. Além dos estatísticos — o DPJ convidou ao menos um de cada tribunal —, participaram gestores e servidores.
Os expositores responsáveis pelo anuário Justiça em Números frisaram a importância da qualidade dos dados para qualquer análise estatística. “É fundamental ouvir vocês e trocar experiências. Sem os dados dos Tribunais, seria impossível a sociedade conhecer a realidade do Judiciário”, disse Fabiana Luci, coordenadora de pesquisas do DPJ.
A equipe do CNJ fez, ainda, uma demonstração sobre o uso da linguagem R, de código aberto e popular entre estatísticos. “A ideia é usar software livre ao máximo, sem custo para os órgãos”, afirmou Igor Stemler, pesquisador do CNJ.
O uso de ferramenta digital para atualização automática de textos a partir de integração de dados, também, foi abordado pelos estatísticos.
Rondon Porto, pesquisador do DPJ, explicou como fazer escolhas de infográficos para ilustrar textos e indicou onde baixar aplicações para deixar informação mais compreensível.
Técnicas de tratamento de dados foram expostas pelo estatístico Filipe Pereira. Com expressões regulares, por exemplo, a equipe padronizou variações de preenchimento de informações sobre artigos penais. O método permitiu aferir o percentual de presos provisórios por crime praticado, em estudo divulgado pelo conselho em fevereiro.
Os estatísticos do CNJ apresentam, ainda, dois aplicativos móveis lançados pelo CNJ em 2017: Supremo em Ação e JustiçAqui. Eles também tiraram dúvidas sobre padrões e fontes de dados.
O evento também contou com o relato de cinco tribunais (CJF, TRT 13, TJPB, TJRS, TRE-RO) sobre experiências como desenvolvimento de ferramentas para gestão das Metas do Judiciário, técnicas de geoestatísticas, experiência em portal da transparência e utilização de software gratuito.
Acesse aqui a íntegra do Relatório Justiça em Números 2017
Isaías Monteiro
Agência CNJ de Notícias