Vozes femininas ganham destaque em mostra de documentários

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Coquetel de Abertura Oficial do Programa “A História pela Voz Delas” com a Juíza Auxiliar do CNJ Amini Haddad no CCBB - Foto: Ana Araújo/Agência CNJ.
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Representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do Instituto de Pesquisa Aplicada da Mulher (Ipam), do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e do Grupo Mulheres do Brasil prestigiaram mostra de cinema que integra a campanha “Elas fazem história”. O evento ocorreu na tarde da sexta-feira (24/3) e prosseguiu até o domingo (26/3), no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. A mostra integra a programação elaborada pelo CNJ em alusão à representatividade feminina no Poder Judiciário.

Ao abrir a solenidade, a juíza auxiliar da Presidência do CNJ Amini Haddad enfatizou que o nome da campanha “é uma oportunidade de promover o debate imprescindível sobre onde estão as vozes do feminino na nossa história”. A magistrada disse aos presentes que é preciso ter consciência sobre a importância de resgatar a contribuição da mulher na construção da humanidade, muitas vezes esquecida.

A organização do evento trouxe a percepção da mulher sobre a sociedade com o documentário “Poeira e batom no planalto central – 50 mulheres na construção de Brasília”, dirigido por Tânia Fontenele, que também é curadora da exibição.

Tânia, que também coordena o Ipam, destacou que o universo cinematográfico também é lugar de oportunidade para apresentar a percepção e vivência das mulheres. Foi isso que ela buscou registrar com o documentário. “Quis dar visibilidade a 50 mulheres de diferentes condições sociais e culturais, que poderiam ter suas memórias esquecidas”, explicou. Com a reunião de imagens de arquivo e entrevistas, ela documentou a saga de pioneiras que chegaram ao planalto central entre 1956 e 1960.

A conselheira do Grupo Mulheres do Brasil Brasília, Janete Vaz, falou sobre a trajetória da entidade. Criada em 2013 e atuando por meio de diversos comitês, entre eles o de combate à violência contra as mulheres nas suas mais diversas formas, assegurou que esse não é um sonho impossível. “Nosso grupo começou com a união de 40 mulheres, atualmente soma mais de 118 mil participantes”, informou. Em Brasília, a entidade está presente desde 2017.

Tela de cinema

Além do documentário exibido na sexta-feira, a mostra também exibiu os filmes “História de Dona Flor – parteira, curandeira e protetora do cerrado”, de Érica Bauer, exibido no sábado (25/3), e “A juíza – um sonho de igualdade”, de Betsy West e Julie Cohen, projetado no domingo (26/3).

O documentário apresentado no sábado tem como personagem principal Florentina Pereira dos Santos, a Dona Flor. A protagonista é a raizeira e parteira que vive no Povoado do Moinho, próximo a Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros, Goiás. O filme reúne entrevistas com a personagem, familiares e moradores da comunidade e de imagens do local. Dona Flor exemplifica a mulher sábia do interior do Brasil, matriz e fonte de uma riqueza sociocultural que precisa ser preservada. A experiência dela no manuseio das plantas e na execução de partos a tornaram referência no Brasil central.

Por fim, no domingo, o filme de Betsy West e Julie Cohen “A juíza – um sonho de igualdade” é um retrato íntimo da vida e da carreira de Ruth Bader Ginsburg, juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, que se tornou improvável ícone da cultura pop. Além de sua trajetória, o documentário explora as primeiras batalhas jurídicas e como elas mudaram o mundo das mulheres.

Após cada projeção, as espectadoras e espectadores trocaram ideias sobre o conteúdo dos documentários, especialmente as questões de gênero e da invisibilidade social.

Texto: Margareth Lourenço 
Edição: Karina Berardo
Agência CNJ de Notícias

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