A Secretaria de Precatórios do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) implementou o uso de robôs nas atividades diárias, buscando a melhoria do fluxo de serviço e maior agilidade nos processos de pagamentos. As ferramentas foram desenvolvidas pelo analista de sistemas Amadeu Anderlin Neto, da equipe da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Setic) do Tribunal, que apresentou os robôs ao juiz auxiliar da Presidência e coordenador da Central de Precatórios, Igor de Carvalho Leal Campagnolli, que decidiu pela adoção do uso da tecnologia.
Na prática, a automação é utilizada em duas etapas: na primeira, faz o ato ordinatório e intima a parte ativa, e na segunda etapa o robô junta uma certidão no processo, envia o processo concluso e então faz a minuta de despacho para assinatura do juiz.
Antes dos robôs ,eram necessários três servidores exclusivos para executar a primeira etapa que durava de três dias a uma semana. E na segunda etapa eram colocados quatro servidores exclusivos, com o tempo de uma semana para a finalização dos serviços.
Com a automação, os servidores agora são designados a outras atividades e o tempo da execução do serviço diminuiu. Segundo um levantamento da Secretaria de Precatórios, com o uso dos robôs, foram executados 410 processos em apenas uma hora e 58 minutos na primeira etapa (divididos em junho, julho e agosto) e 506 processos executados em 4 horas e 19 minutos na segunda etapa, apenas no mês de agosto.
“Com essa ferramenta conseguimos agilizar os pagamentos sem precisar deslocar servidores para ficarem fixos apenas com esses processos. Com isso conseguimos realizar outras atividades enquanto o robô faz essas atividades que são de repetição e exigem muitos cliques até serem finalizadas”, disse a auxiliar técnica de Precatórios, Natasha Sampaio.
Desenvolvedor dos robôs, o analista de sistemas Amadeu Neto explica que a ideia nasceu a partir de um curso realizado no Instituto Federal do Amazonas (Ifam), onde ele é professor, para a disseminação de conhecimento sobre desenvolvimento tecnológico.
“Eu vi uma oportunidade de aplicar aqui no Tribunal, para o melhor uso do sistema Projudi, por conta da quantidade de cliques, que é muito elevada. Fiz uma prova de conceito, mostrando o robô atuando com intimação, mas algo bem genérico, intimando a parte ativa e a parte passiva, e aí chegou ao conhecimento do Dr. Igor, e a gente conseguiu fazer essa automação. Ele (Igor Campagnolli) falou que no Setor de Precatórios havia tarefas repetitivas. Em uma construção conjunta com o setor, programamos um fluxo exato e assim o robô consegue automatizar essa tarefa sem ter um humano fazendo. Ele é programado na linguagem Python, e aí a gente acessa o Projudi como se fosse uma pessoa e o que a pessoa faria o robô faz”, disse o servidor.
A iniciativa realizada pelo TJAM será apresentada em Curitiba, neste mês de setembro, no Congresso Brasileiro de Software, com o artigo “Inovação através do Uso de Bots no Tribunal de Justiça do Amazonas: um Relato de Experiência”.