Dez servidores de cinco comarcas mineiras – Bonfim, Ferros, Martinho Campos, Belo Vale e Iguatama – estão prestes a estrear em uma iniciativa inédita no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG): o Trabalho Solidário Remoto (TSR). Projeto piloto que será implantado no tribunal a partir de 13 de junho, o TSR prevê a cooperação de unidades judiciárias que apresentam menor carga de trabalho e bom índice de produtividade com varas com alta distribuição e elevada produtividade.
Sem que precisem se deslocar de suas comarcas de origem, os servidores das comarcas de Bonfim, Ferros e Martinho Campos irão cooperar com a 2ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias, e os de Belo Vale e Iguatama farão o trabalho solidário remoto para a 9ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte. A novidade é uma das oportunidades geradas pelo Processo Judicial eletrônico (PJe), que permite o trabalho à distância e possibilitará um melhor uso da força de trabalho do tribunal mineiro.
Desde o último dia 30, os 10 servidores estão participando de um curso de capacitação que visa a oferecer-lhes condições técnicas suficientes para a realização do trabalho remoto, a partir do sistema PJe. Entre eles, está a servidora Helena Maria Soares Rodrigues Coelho, da Comarca de Ferros. “O PJe é uma realidade. Mais cedo ou mais tarde eu teria de aprender a usar o sistema, por isso me interessei por esse projeto. Gosto de aprender coisas novas, queria me capacitar mais e pensei que seria importante desmistificar logo o PJe, de que tanto ouvimos falar”, conta.
Para a servidora, lidar com o processo eletrônico e trabalhar à distância, longe do servidor que irá chefiá-la, será um desafio. “Trata-se de uma realidade muito diferente daquela a que estou acostumada. Estou no tribunal há 25 anos, o meu chefe me conhece bem e eu a ele. Mas acho importante sairmos de nossa zona de conforto e estou com boas expectativas”, afirmou.
Geraldo Magela Vilaça, oficial de apoio judicial da Comarca de Bonfim há 11 anos, explica que, inicialmente, recebeu com curiosidade e medo a notícia de sua indicação para participar do projeto piloto. “Eu não tinha nenhuma noção do que iria fazer. Até então, eu só ouvia falar do PJe, não sabia como funcionava, como era o sistema. Iniciado o treinamento, já me sinto bem mais tranquilo. O treinamento está sendo dado por profissionais muito preparados para isso”, avaliou.
Ambiente organizado
De acordo com o servidor, passada a ansiedade inicial, e agora já bem informado sobre a iniciativa, ele acredita que a ideia da cooperação à distância representa o futuro e é um caminho sem volta. “O PJe veio para ficar e não há retorno. Entre as vantagens que oferece, observei que poderemos trabalhar em um ambiente muito mais organizado do que aquele com os processos físico”, observou.
Servidor do Judiciário mineiro há 12 anos, Marcelo Cecílio Gimenez, da Comarca de Iguatama, conta que encarou a oportunidade de trabalhar no projeto de TSR como um desafio. “Eu gosto do novo, não me sinto refém das mudanças; ao contrário, sou movido por desafios e vi no projeto uma chance de me desafiar. Acredito que o PJe representa uma evolução da maneira como sempre atuamos, e isso me estimulou a participar da iniciativa”, revelou.
O servidor afirma estar muito motivado para a experiência. “Motivação é uma ferramenta indispensável nesse processo para que possamos atingir as expectativas. O treinamento que estamos fazendo é muito bem feito. O ambiente é favorável e isso deixa os servidores muito tranquilos. Tanto quem tem mais quanto quem tem menos facilidade em informática consegue compreender o conteúdo com muita tranquilidade. A ansiedade inicial em relação ao PJe, por causa do novo, é realmente superada quando iniciamos esse curso”, afirmou.
Marcelo Gimenez destaca ainda o caráter solidário da iniciativa como sendo um estímulo a mais. “Acredito que esse tipo de trabalho é a grande saída para o TJMG: é uma cooperação que será realizada entre servidores de comarcas que têm acervos menores e daquelas com maior quantidade de processos, sem necessidade de deslocar as pessoas de suas comarcas de origem. Isso é a tendência, pois há um custo menor para o tribunal e é possível cooperar com as comarcas que realmente estão precisando de ajuda”, resumiu o servidor.
Programação
O curso de capacitação no uso do sistema PJe se encerra em 10 de junho. O treinamento está sendo ministrado por equipe de orientadores vinculada ao NTPJe. Ao longo da capacitação, orientadores da Gerência de Suporte à Operação de Equipamentos (Geope) foram os responsáveis pelo treinamento nos aplicativos de suporte técnico e certificado digital. A capacitação relacionada às normas jurídicas, aos padrões e aos procedimentos de trabalho a serem utilizados em cada tarefa foi ministrada por equipe de orientadores vinculada à Gerência de Orientação dos Serviços Judiciais Informatizados (Gescom).
Além da capacitação assistida concentrada, haverá um estágio presencial na 9ª Vara Cível e na 2ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte e simulado de trabalho remoto.
Fonte: TJMG