Tribunal de Justiça de Goiás leva o Justiça Ativa a Acreúna

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A prestação jurisdicional no interior de Goiás ajuda mudar a vida dos cidadãos. “Com o dinheiro da minha aposentadoria, não vou comprar remédio e, sim, ampliar o meu banheiro para dar banho no meu filho que não anda e não fala”, comemorou a lavradora Maria Augusta Teodoro, de 59 anos, que após quatro anos de espera conseguiu o benefício durante o Programa Justiça Ativa, realizado na comarca de Acreúna (GO), na quinta-feira (7/11).

Maria Augusta mora com o marido e o filho adotivo de 33 anos que, além de não andar, também não fala. Durante muitos anos, ela trabalhou na lavoura. “Esse dinheiro vai me ajudar muito. Além de reformar o banheiro lá de casa, vou comprar uma cadeira de rodas nova para meu filho”, planejou. A satisfação não foi só de Maria Augusta. “Nós sabemos da luta dela, trabalhou a vida toda na roça e cuidando do filho. Ele merece a vitória”, relatou Aparecida Ribeiro Andrade, amiga da lavradora.

Esta edição do Programa Justiça Ativa em Acreúna, promovido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), conta com 10 magistrados e objetiva dar maior celeridade à prestação jurisdicional. O projeto é coordenado pelo juiz-auxiliar da Presidência Carlos Magno Rocha da Silva e realizado pela Divisão de Apoio ao Interior do TJGO.

De acordo com o juiz Wagner Gomes Pereira, que responde pelo Foro, existem cerca de 7 mil processos em tramitação na comarca. Durante os dois dias de trabalho, foram realizadas 540 audiências distribuídas em 10 bancas, sendo cinco previdenciárias, duas de família, duas criminais e uma cível. “Apesar de Acreúna ser de entrância inicial, há um expressivo movimento processual, o que evidencia um acúmulo grande de trabalho, pois não temos juiz nem promotor titulares. Então, o trabalho ajuda a diminuir o número de processos”, observou.

Colaboração – A iniciativa, segundo o magistrado, consegue antecipar instruções e resolver processos, muitos deles com sentença, em uma única audiência. “Uma instrução de tráfico de drogas, que demoraria mais de quatro meses para ser realizada, dura em médica 40 minutos com o Justiça Ativa”, exemplificou. Wagner Pereira agradeceu a colaboração dos magistrados, promotores, advogados e servidores que ajudaram na força-tarefa. “Trabalhamos todos juntos para dar uma resposta rápida à população, em busca da melhor prestação jurisdicional”, pontuou.

Para o presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Acreúna, Antônio de Pádua Soares, a iniciativa torna mais ágil a finalização dos processos. “É preciso avançar e esse tipo de medida ajuda não só a parte interessada no processo, como também nós, advogados. Todos queremos uma resposta o mais rápido possível”, frisou.

Fonte: TJGO