“Mulher no volante, perigo constante”, “Como uma mulher tão bonita como você está solteira?”, “Que comida boa! Já pode casar”. São frases como essas, repetidas há gerações, que ajudam a manter o patriarcado, um modelo social que coloca o homem em posição de superioridade. O tema é tratado na cartilha virtual elaborada pelos Tribunais Regionais do Trabalho da 23ª Região (TRT23) e da 24ª Região (TRT24), lançada no Dia Internacional da Mulher.
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O trabalho foi desenvolvido pelo Comitê de Diversidade e Inclusão do Tribunal e o Comitê de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do Regional sul mato-grossense. A publicação destaca a questão da igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres que, embora garantida pela Constituição Federal, ainda é uma realidade distante e mostra alternativas que podem ajudar mudar a situação. Um exemplo é a mudança de comportamento, a começar pelo fim de piadas e outras expressões que reforçam o machismo estrutural.
De acordo com a juíza Deizimar Mendonça, titular da 4ª Vara do Trabalho de Cuiabá (MT) e coordenadora do Comitê de Diversidade do TRT23, o desenvolvimento do trabalho coletivo para tratar da temática da igualdade de gênero é importante, já que a luta feminina é uma causa coletiva. “Quando a Comissão do TRT da 24ª Região nos convidou para fazer um cartilha eletrônica que tratasse sobre o machismo estrutural com vistas a divulgar os problemas e possíveis soluções a respeito da questão, nós ficamos muito felizes. E quando o material ficou pronto revelou a importância desse trabalho feito a vários mãos, pois os problemas do machismos são estruturais e envolvem todas relações sociais, por isso precisam ser combatidos dessa maneira, ou seja, atingindo as estruturas de modo a transformar essa realidade.”
A cartilha eletrônica está sendo divulgada para o sistema de Justiça, empresas, escolas e a sociedade em geral, como explica a juíza Neiva Márcia Chagas, titular da Vara da Vara do Trabalho de Nova Andradina (MS) e presidente do Comitê de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do TRT24. “O objetivo dessa publicação é promover a divulgação de temas importantes para se promover a igualdade de gênero, a fim de buscar uma conscientização e buscar a realização de uma justiça social e a promoção do desenvolvimento sustentável, que é tão apregoado na Agenda 2030 da ONU. E fazer justiça social envolve uma série de prerrogativas e hoje ainda se nega para metade da população mundial seus direitos humanos e oportunidades.”
Fonte: TRT23