A Caravana Virtual dos Laboratórios de Inovação é uma iniciativa da Conselheira Daniela Madeira, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Coordenadora do Laboratório de Inovação e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – LIODS/CNJ. O projeto tem como objetivo principal divulgar casos de sucesso, práticas e processos de trabalho adotados pelos laboratórios de inovação do Judiciário.
O evento será realizado em formato de série, com vários episódios, e o primeiro foi dedicado à Justiça Federal da 4ª Região (TRF4). O foco será apresentar as experiências, metodologias e processos de inovação, com ênfase nos perfis e capacitações dos laboratoristas e nas abordagens utilizadas, fortalecendo a integração entre os laboratórios e promovendo a troca de conhecimentos e práticas bem-sucedidas.
Abertura da Caravana
A abertura da Caravana Virtual foi conduzida por Elaine Cristina Cestari, gerente do LIODS do CNJ. “Este é um evento piloto que objetiva aproximar os laboratórios de inovação do Poder Judiciário de todo o país. Ele nasceu após uma troca de ideias com a 4ª Região. Por isso iniciamos com o TRF4, que dividirá com todo o ecossistema de laboratórios sua metodologia”, explicou Cestari.
Ela também adiantou que, com base na experiência do evento-piloto, será publicado um edital para convidar outros laboratórios a participarem da Caravana, permitindo que apresentem suas práticas e metodologias em encontros virtuais subsequentes.
Visões sobre a Inovação no TRF4
A apresentação do TRF4 foi dirigida pela coordenadora do Inspiralab, desembargadora Luciane Amaral Corrêa Münch. Conforme a magistrada, o tribunal está num segundo momento da Inovação, tendo ultrapassado a etapa de implantação. “Agora é hora de aprofundar nossa perspectiva sobre a inovação”, afirmou, destacando três pontos a serem enfocados: a defuturização, os horizontes, e a criação de espaços reais.
A magistrada explicou que a defuturização consiste em uma análise dos projetos que evite inovações sem mudança real; horizontes é a adoção de projeções sobre o efeito futuro de um projeto de inovação; e a criação de espaços reais de inovação é o estímulo da cultura de inovação na instituição, com apoio e valorização dos laboratoristas e abertura para ouvir pessoas de fora do nosso sistema judicial.
A desembargadora Taís Schilling Ferraz dividiu a apresentação com Münch. “Inovação não é apenas tecnologia e construção de processos novos de trabalho, é sobre pessoas, então precisamos criar espaços para pensar a cultura organizacional”, ressaltou Ferraz, demonstrando preocupação com a resistência dos usuários às mudanças e a complexidade cada vez maior dos problemas na esfera do Judiciário.
A desembargadora destacou ainda que toda a inovação deve estar gerando um valor público na perspectiva da sociedade. “Inovar é um meio e não um fim em si mesmo”, afirmou.
Inspiralab (TRF4)
Durante o bate-papo conduzido por Karen Fredrich, diretora de Mídias Sociais do TRF4, foram abordados temas como a criação da marca do Inspiralab, desenvolvida com elementos fluídos e cor quente pelo diretor de Conteúdo Institucional, Alberto Bigatti.
Alexandre Antonini, assessor de Projetos e Inovação, explicou o processo de inovação no Inspiralab e destacou que “há duas coisas importantes: pedir para que o problema seja detalhado e não seja sugerida uma solução, e encontrar um patrocinador que acredite na importância de resolver o problema”. Ressaltou ainda a articulação entre os laboratórios da 4ª Região – Inovatchê (RS), LabJus (SC) e LINC (PR) – que, com especializações distintas, maximizam a expertise em projetos colaborativos. Antonini explicou que “na JF4 temos uma Assessoria à qual estão vinculados tanto o laboratório de inovação quanto o escritório de projetos.Essa estrutura favorece a comunicação entre as áreas e garante a continuidade das soluções desenvolvidas, evitando que boas ideias fiquem pelo caminho devido à falta de gestão de projeto após a fase de prototipação”, explicou. Ele finalizou destacando a importância de aceitar que nem todas as ideias serão implementadas: “É natural e desejado que se erre no âmbito do laboratório. No entanto, para que a área ganhe reconhecimento institucional, é fundamental acertar algumas vezes e concretizar boas ideias”.
Elisa Coelho, supervisora do Inspiralab, detalhou como o laboratório adaptou suas metodologias ao trabalho remoto e, posteriormente, ao formato híbrido. “No início, focamos em capacitação para o formato virtual, utilizando ferramentas como o Miro para oficinas online. A transição para o modelo híbrido trouxe desafios, mas também oportunidades para conectar pessoas de diferentes regiões”, disse. Elisa destacou a flexibilidade do espaço físico do Inspiralab e a realização de uma análise preliminar do problema visando dimensionar os benefícios advindos de sua solução. Também afirmou que as metodologias utilizadas “dependem do problema. Tentamos sempre fazer pesquisa. para aprofundar o problema, entender melhor o contexto.
Inovatchê (SJRS)
Daniela Tocchetto Cavalheiro, juíza federal coordenadora do Inovatchê (SJRS), compartilhou a experiência do laboratório, destacando a importância de processos autênticos de inovação. “Muitas vezes, nos deparamos com demandas que já chegam com soluções pré-definidas. Nosso desafio é desconstruir essas propostas para buscar inovações reais e efetivas”, afirmou.
Niriane Neumann, supervisora do Inovatchê, apresentou o espaço físico do laboratório, destacando o design inspirador que estimula a criatividade. “Pensamos em um ambiente que fugisse do padrão tradicional do Judiciário, visualmente estimulante e funcional para diferentes atividades”, comentou. Niriane também compartilhou a história da criação da marca “Inovatchê”, resultado de um processo colaborativo que reflete a identidade regional.
LabJus (SJSC)
Simone Barbisan, juíza federal e coordenadora do LabJus (SJSC), relatou os desafios enfrentados pela unidade, que ainda não conta com um espaço físico próprio. “Nossa jornada tem sido de muita luta para consolidar o espírito da inovação dentro da instituição”, comentou, enfatizando a importância da colaboração entre os laboratórios da 4ª Região.
LINC (SJPR)
Giovanna Mayer, juíza federal coordenadora do LINC (SJPR), destacou a vocação do laboratório para o design e pensamento visual, promovendo a inovação em todo o estado do Paraná. “Nosso foco é facilitar a comunicação visual e estimular o pensamento criativo, integrando diferentes perspectivas para soluções inovadoras”, explicou Mayer.
Marcia, gestora do LINC, destacou a vocação do laboratório para a aprendizagem, comunicação e cultura de inovação. “Nos dedicamos à linguagem simples e ao design jurídico, antes mesmo de serem metas do CNJ. Criamos espaços de troca de experiências e conhecimento, como o Linc ConVida, que promove entrevistas e discussões sobre temas relevantes”, explicou. Ela também ressaltou o impacto positivo das redes sociais na difusão da inovação, mencionando o perfil do Linc no Instagram, premiado por sua abordagem inovadora.
Encerramento e Próximos Passos
O encerramento da Caravana Virtual foi conduzido pela Conselheira Daniela Madeira, que reafirmou o compromisso do CNJ com o fortalecimento da rede de inovação no Judiciário. A conselheira anunciou que as gravações do evento estarão disponíveis no portal do CNJ e reiterou que o edital de chamamento para os próximos episódios da Caravana será lançado em breve, afirmando que o objetivo é unir esforços e trabalhar em rede.
Fonte: TRF4