Treinamento de Conciliadores será reproduzido nos estados

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Antes mesmo de seu término, o primeiro encontro nacional para se discutir técnicas de conciliação já começa a produzir resultados. Participantes do Treinamento de Conciliadores, promovido pelo Movimento pela Conciliação, definem como reproduzir em seus estados os conhecimentos acumulados ao longo dos três dias do curso, iniciado na última quinta-feira (24/08), na sede do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. A ministra do STJ Nancy Andrighi tem acompanhado, nesta sexta-feira (25/08), as atividades do evento, de iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Cerca de 120 representantes dos Tribunais Estaduais e Federais e dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) dos 26 estados e do Distrito Federal acompanham até este sábado (26/08) palestras de dois dos maiores especialistas em conciliação do país, os juízes Roberto Bacellar (TJ-PR) e André Gomma de Azevedo (TJ-BA). Durante o curso, os participantes estão discutindo temas como Teoria do Conflito, Panorama da Conciliação, Procedimento Autocompositivo e Questões Éticas.

Entusiasmado com a troca de experiência entre profissionais que têm contato com as mais diferentes realidades do país, o desembargador Márcio Murilo, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB), vai propor ao TJ-PB que reproduza no estado uma síntese do treinamento realizado em Brasília. "Esse curso de técnicas é importante porque o juiz não sabe de tudo. Temos de saber lidar como áreas afins, como a própria neurolingüística. O treinamento é um catalisador de idéias e métodos", considera.

Na avaliação do desembargador, que coordena o Juizado Especial da Paraíba, esse tipo de encontro é fundamental para a troca de experiências entre os profissionais que enxergam na conciliação uma das formas de desafogar o Judiciário. "Hoje nós somos ilhas. É melhor captarmos o que há de melhor em cada estado para tornar a conciliação mais conhecida e efetiva", acredita.

O juiz Victor Schneider, do Juizado Especial Criminal do Espírito Santo, também pretende disseminar as técnicas apreendidas ao longo do treinamento entre os conciliadores capixabas. "É preciso ter essa visão de multidisciplinaridade que o curso oferece. Temos de nos valer dos conhecimentos dos psicólogos e até dos matemáticos para resolver conflitos", diz o juiz, que está gravando todas as palestras do treinamento.