Sustentabilidade e democracia: 4.º Festlabs debate mudança individual para reflexo coletivo

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Guto Nitche fala sobre inovação em tempo de cultura digital, da inteligência humana à inteligência artificial, no 4º FestLabs. FOTO: Rômulo Serpa/Ag. CNJ
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Especialistas em tecnologia, integrantes da Justiça e influenciadores somaram forças e conhecimento nesta quinta-feira (12/9) durante a 4.ª edição do Festival de Laboratórios de Inovação do Poder Judiciário (FestLabs 2024). A palestra de abertura, feita pela apresentadora, atriz, escritora e psicóloga Maria Paula Fidalgo, despertou reflexões sobre a relação entre saúde coletiva e sustentabilidade. Já o líder do grupo de educadores Google for Education, Guto Nitche, fez provocações sobre inteligência humana e ambiente democrático.

O 4.º FestLab proporciona ao público atividades em diversos formatos, como palestras, mesas redondas e oficinas, para o compartilhamento de ações que produzam soluções inovadoras no Poder Judiciário. O evento é promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com tribunais sediados no Rio de Janeiro e ocorre nesta quinta (12/9) e sexta-feira (13/9), na sede do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

Maria Paula destacou o papel do Judiciário no cumprimento dos acordos climáticos e na preservação do meio ambiente. FOTO: Rômulo Serpa/Ag. CNJ

Maria Paula, que é ex-integrante do programa de TV humorístico Casseta e Planeta e hoje atua como ativista pela paz e pela sustentabilidade do planeta, foi uma das palestrantes do primeiro dia da programação. Ela provocou o público a pensar sobre o legado que está sendo deixado pelas pessoas no mundo e defendeu o cuidado com a saúde mental como forma de manter não apenas os trabalhadores como também o planeta saudável.

“O chamado que faço é pelo ativismo coletivo, para que todos assumam seu lugar no mundo nessa defesa do mundo. Mas, para cuidarmos do mundo, precisamos estar bem. Não há sustentabilidade com [síndrome de] burnout. A palavra ‘sustentar’ significa defender, apoiar, preservar, cuidar”, destacou a apresentadora. Ela ressaltou também a importância de a comunidade jurídica apoiar acordos de proteção ao meio ambiente.

Maria Paula afirmou haver um aparato legal robusto, de leis e tratados, que não está sendo respeitado na totalidade e que deve ser estudado e compreendido pelos operadores do Direito. Ela conclamou os magistrados brasileiros a defenderem os acordos coletivos e as legislações de proteção ao meio ambiente. “O papel de vocês é muito importante, juristas, advogados, vocês são fundamentais para que esses acordos permaneçam, fundamentais para nos proteger das infrações aos códigos legislativos referentes ao ambiente”.

Mentes abertas

Inovação depende de mentes inquietas e de espaços democráticos. Essa ideia da experiência de troca democrática foi apresentada em uma palestra bem-humorada de Guto Nitche, líder do grupo de educadores Google for Education e gestor de gente da empresa Summit – Tecnologia BioHub. Ele também é professor de pós-graduação, MBAs e especializações em diversas instituições de educação superior brasileiras e internacionais.

Guto ressaltou que, para além das ferramentas artificiais, ainda é a inteligência humana a mais relevante a ser cuidada. “É o homem quem analisa as informações. Minha principal preocupação é a inteligência humana. Como a gente aprende sobre a vida e como tudo isso reflete nos algoritmos que nós mesmos produzimos”, declarou o gestor.

Ele ressaltou a importância do contato humano e da leitura para o letramento necessário voltado à criação de novas respostas. “É preciso cultura, leitura, diálogo. Para criarmos inovação, é preciso referência, ressignificação profunda”, disse.

Nitche também apontou a importância da criação por meio da coletividade. No fim, deixou uma provocação: “Se você não for a uma reunião, você faz falta? Nossa vida deveria ser mais romântica para valer a pena. Quais as renúncias necessárias para nos tornarmos melhores e fazermos uma sociedade melhor?”.

Prêmio

Além das duas palestras, na parte da manhã, houve apresentação dos finalistas da 1.ª edição do Prêmio Inovação do Poder Judiciário. O objetivo é estimular e disseminar soluções inovadoras promovidas por tribunais brasileiros. Os projetos concorrentes têm temas como automação de rotinas, inteligência artificial e linguagem simples, entre outros.

Os vencedores serão divulgados na sexta-feira (13/9), em solenidade com o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso.

Veja aqui a lista dos finalistas do 1.º Prêmio Inovação do Poder Judiciário.

Tanto nesta quinta quanto na tarde de sexta-feira, oficinas diversas serão oferecidas ao público, com temas que incluem noções de Design Thinking, linguagem simples, manejo do estresse, boas práticas no atendimento a pessoas em situação de rua, inovações nos cartórios extrajudiciais, revalorização do capital humano na administração pública e trabalho colaborativo.

Leia mais: inovação e sustentabilidade são foco da abertura do 4.º FestLabs

Texto: Regina Bandeira
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias 

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