Os presos do regime semiaberto do Centro Penal da Gameleira, no Mato Grosso do Sul, iniciaram a reforma da Escola Estadual José Ferreira Barbosa e em 45 dias a obra deverá ser entregue. Com a ação, a economia do estado já ultrapassa R$2 milhões. Uma obra desse porte não sairia por menos de R$ 400 mil e, com o programa, custará R$ 19 mil, pagos aos 15 reeducandos que executam os serviços.
A ação do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul (TJMS) integra o programa Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade, idealizado pelo juiz titular da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Albino Coimbra Neto. Pelo programa, os materiais de construção são comprados com um fundo arrecadado pelo desconto de 10% do salário de cada preso da capital que trabalha por convênios com o poder público e a iniciativa privada, e a mão de obra utilizada também é dos presos.
A Escola Estadual José Ferreira funciona desde 1967. A instituição passou por alguns reparos emergenciais em 2013, mas, para atender os seus 543 alunos em seus três turnos de aula, precisava de uma reforma ampla e da construção de uma quadra de esportes.
Segundo o diretor da unidade, Mariomar Rezende Diniz Júnior, a reforma foi o que melhor aconteceu à escola nos últimos anos. “Somos servidos por um espaço de gramado e terra batida, mas não tínhamos uma quadra. Com essa obra, que conquistamos agora, poderemos desenvolver todos as atividades pedagógicas e esportivas”, afirma.
Os reeducandos estão na escola desde o dia 5 de julho e a previsão é que em 45 dias o serviço seja concluído. A supervisão e o acompanhamento do trabalho são realizados pelo diretor do Centro Penal da Gameleira, Tarley Cândido Barbosa, responsável pela execução do projeto. A revitalização e reforma, além da quadra, abrange limpeza, inclusive do entorno da escola, e revisão e construção na cobertura, pátio, calçamento, muros, pintura geral, troca de vidros, reforma elétrica, hidráulica, além de projeto de acessibilidade e reforma de áreas administrativas.
Justiça Social — O programa Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade consiste em ressocializar os reeducandos, oferecendo ao preso oportunidade de trabalho e reintegração com a sociedade de forma definitiva, atendendo os objetivos do sistema penitenciário semiaberto. Em três anos, outras cinco escolas estaduais receberam as mesmas reformas, beneficiando 4394 alunos, e totalizando aproximadamente R$ 1.6 milhão de economia ao governo local.
Fonte: TJMS