Quebre o Ciclo: aprenda a identificar os ciclos de violência contra a mulher

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Uma linha evolutiva da violência é traçada sempre que a mulher se vê dentro de uma relação abusiva. Dividida em quatro ciclos, é importante saber identificar cada um deles para poder pedir ajudar e resguardar a vida. Conheça esse importante trabalho do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT):

O ciclo 1 – Encantamento é a fase em que o homem é gentil e atencioso, mas começa a dar sinais da violência que está por vir. Aqui ele começa a afastar a mulher da família, das amigas e amigos, proíbe de usar determinados tipos de roupas e também começa a controlar as redes sociais. Muitas vezes, ela nem percebe que isso está acontecendo e pode até confundir com cuidado extremo. A situação se agrava dia após dia e tende a seguir à segunda fase.

O ciclo 2 – Aumento da Tensão pode até durar alguns dias ou até anos. Nesse período ocorre o aumento das discussões com ele se irritando por pequenas coisas, tendo acessos de raiva, sofrendo humilhações e até ameaças. A mulher tenta por várias vezes acalmar o companheiro evitando comportamentos que possam deixá-lo irritado. Muitas mulheres acreditam que o comportamento violento é por conta de algo errado que ela falou ou do dia no trabalho.

Já no ciclo 3 – Ato de Violência há a intensificação das agressões. A tensão acumulada da fase anterior faz com que o agressor tenha momentos de explosões de raiva e fique extremamente violento. Todas as ameaças sofridas nas duas fases anteriores se materializam nas cinco formas de violência doméstica: física, moral, psicológica, sexual e patrimonial.

Nesse período a mulher tem sofrimento intenso e mesmo sabendo que o agressor pode causar danos irreversíveis à sua vida, a mulher, normalmente, se mantém paralisada. Nessa fase ela começa a ter insônia, perda de peso, fadiga constante, ansiedade. Também passa a nutrir sentimentos de medo, solidão, piedade de si mesma, vergonha, confusão e dor.

Por fim, no Ciclo 4 – Arrependimento é o momento em que ele afirma estar com remorso e que tudo vai mudar porque ele irá melhorar. Ele se torna uma pessoa querida e amorosa para conseguir o perdão. Quando a mulher desculpa o agressor, um breve período de tranquilidade se estabelece na casa, então ela passa a acreditar nas promessas e estreita o vínculo de dependência com o agressor.

Passado algum tempo, com as dificuldades do dia a dia, a tensão volta e o ciclo de violência recomeça do segundo ponto. Ao passarem-se os anos o intervalo entre os quatro ciclos deixam de existir ou passam a não mais obedecer essa ordem. Algumas mulheres vivem por anos nesse círculo e muitas nem conseguem encontrar uma saída. Uma parte dessas histórias só se finda quando acaba por acontecer a morte da vítima.

É preciso mudar essa realidade e o Poder Judiciário está pronto para amparar a mulher vítima de violência doméstica e familiar com uma série de ferramentas, como a Patrulha Maria da Penha e as medidas protetivas expedidas por juízes e juízas a fim de garantir a proteção mental e física da vítima.

Veja como solicitar uma medida protetiva no TJMT

Fonte: TJMT