Parece irônico, mas é desafiador promover inovações tecnológicas nas áreas de tecnologia da informação. Isso ocorre porque sua missão principal é manter a estabilidade e a disponibilidade dos sistemas computacionais, colocando em segundo plano novas propostas. Para driblar este conceito, a Seção Judiciária de São Paulo do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) criou o projeto da Incubadora de Soluções Tecnológicas do Laboratório de Inovação, o iJuspLab. “Mais que tecnologia, a gente trabalha com inovação”, conta o diretor do Núcleo de Inovação Tecnológica, Rogério Antônio Batista.
A incubadora criada em 2018 rapidamente apresentou resultados positivos. Por meio delas, são criados protótipos e desenvolvidas tecnologias para a implantação de novas ferramentas, ideias, métodos e metodologias aos processos administrativos. A atividade é realizada em ambiente seguro, definido em conjunto com a área de tecnologia, que ainda a supervisiona para preservar a segurança da informação.
O projeto tem o objetivo de levar praticidade a setores da vara paulista que sofriam com sistemas ou serviços antigos e falta de treinamento para lidar com eles. “O nosso principal objetivo foi levar soluções necessárias que o pessoal não tinha capacidade de resolver sozinhos para os diferentes setores do tribunal”, explica Batista. Ele conta que a incubadora não substituiu os setores de tecnologia. “O pessoal ajuda a gente em tudo. A incubadora só funciona com eles. Mas nosso objetivo é procurar soluções e criar sistemas para as diferentes demandas dos setores.”
Processo
A Incubadora surgiu em um contexto em que havia diversos problemas na utilização dos sistemas tecnológicos adotados pelo tribunal. Antigos, eles tornavam o trabalho repetitivo e imperfeito. Por outro lado, servidores e servidoras que usavam esses sistemas sabiam como resolver o problema. “Eram soluções necessárias que o pessoal precisava de ajuda para resolver. Quando veio o InovaJusp [programa de inovação da Justiça federal paulista] pensaram que tinha gente para ajudar, mas não podia ser de qualquer jeito”, lembra o diretor do Núcleo de Inovação Tecnológica, Rogério Batista.
A primeira fase para o desenvolvimento de um projeto na incubadora é a criação de um protótipo. “Nesse momento, a gente avalia se a ideia é viável. O objetivo é errar quando o erro custa pouco”, brinca Rogério. Depois de aprovado, a equipe da incubadora, composta por programadores e outros profissionais da área de tecnologia, inicia a execução do projeto. “Eu acho inclusive que ‘desenvolvedora’ seria um nome melhor para o grupo. É mais ou menos o que a gente faz.”
Hoje, a equipe funciona com três insumos para identificação de problemas e propostas de soluções: por meio da gestão das áreas ou por profissional que viabiliza um projeto prototipável ou, até, pela própria equipe da Incubadora, de forma ativa. Um dos projetos mais importantes desenvolvidos pela equipe foi o Sistema Orçamentário da primeira instância da Justiça Federal paulista. Nele, é possível saber o planejamento mês a mês das finanças, se vai faltar ou sobrar dinheiro, entre outras finalidades.
Otimização
José Cassio Barbosa é analista no Gabinete da Conciliação desde 2014 e participa da incubadora desde 2019. Hoje, ele desenvolve um protótipo para seu setor, com finalidade específica. “A gente vai desenvolver uma interface que gera estatísticas e relatórios aos conciliadores e abriga os termos de audiência em uma ferramenta de melhor qualidade do que a de hoje.”
O objetivo do protótipo é aprimorar as soluções. “Além disso, a gente pode diminuir as informações erradas com essa ideia”, explica José Cassio. “A ideia é juntar o conhecimento vindo da incubadora com a experiência dos conciliadores que tem muito a contribuir na área.”
Saiba mais sobre a Incubadora de Soluções Tecnológicas no Portal de Boas Práticas do Judiciário
João Carlos Magalhães
(sob supervisão de Márcio Leal)
Agência CNJ de Notícias
Essa matéria faz parte de um especial do CNJ que vai apresentar as seis boas práticas aprovadas na 330ª Sessão Ordinária do Plenário, em 4 de maio. As práticas Programa e-Vara, Sigma, Equipe de Gestão de Dados do iJuspLab, Incubadora de Soluções Tecnológicas do iJuspLab, Sistema Exe15 e Sistema de Informação Predial servem para levar agilidade ao sistema judiciário.