Profissionais de comunicação do Judiciário do Maranhão treinam uso de linguagem simples

Você está visualizando atualmente Profissionais de comunicação do Judiciário do Maranhão treinam uso de linguagem simples
Compartilhe

Comunicar de forma clara, objetiva e acessível. Esse foi o objetivo da “Oficina de Comunicação em Linguagem Simples” realizada com profissionais das assessorias de comunicação do Poder Judiciário do Maranhão, nesta segunda-feira (18/11), das 14h às 18h, por videoconferência.

Jornalistas, radialistas, relações públicas e publicitários que trabalham no Tribunal de Justiça e Corregedoria Geral da Justiça colocaram em prática a técnica de Linguagem Simples, utilizada na administração pública para facilitar a comunicação de atos e decisões judiciais pelo público.

A analista judiciária Helena Barbosa, secretária do Grupo de Trabalho do Projeto “Simplificar é Legal”, demonstrou casos de aplicação dos princípios e diretrizes estabelecidas pela norma técnica (ISO ABNT 24495:1), que disciplina o uso da técnica de linguagem simples no Brasil, de forma prática e participativa com o grupo.

“O propósito, com esse treinamento, é que nós, profissionais das assessorias de comunicação, estejamos preparados para replicar a técnica da linguagem simples na rotina diária de trabalho, considerando o direito das pessoas à informação e ao acesso aos serviços públicos, sem barreiras no exercício da sua cidadania”, disse a facilitadora da oficina.

Profissionais que participaram da oficina analisaram notícias e documentos publicados no Portal do Judiciário, adequando à linguagem simples. Cortaram palavras desnecessárias, substituíram termos complexos por sinônimos mais conhecidos, acrescentaram explicações e preservaram termos técnicos que não podem ser alterados, tornando os textos mais compreensíveis.

Segundo dados de pesquisa realizada pelo IBGE em 2023, o Estado do Maranhão possui uma taxa de analfabetismo de 11,5% entre as pessoas com idade de 15 anos ou mais. De outro lado, pesquisa nacional revela que, entre brasileiros com 25 anos ou mais de idade, 34,5% possuem ensino fundamental (completo e incompleto); 30,6% frequentaram o ensino médio e apenas 19,7%, nível superior. E 6% dessas pessoas não possuem instrução.

Para Isabella Silva e Silva, assessora de comunicação, a adoção da linguagem simples no Poder Judiciário é essencial para garantir o acesso à justiça de forma clara e inclusiva para essas pessoas, promovendo a compreensão sobre documentos e decisões judiciais.

“Por isso, os cursos de capacitação são tão importantes, para transformar textos complexos em mensagens acessíveis a quem, de fato, importa. Ao priorizar uma comunicação clara, o Judiciário se torna mais eficiente e democrático”, disse.

Uma das ações do projeto “Simplificar é Legal” foi a criação de um “Guia de Perguntas & Respostas”, digital e gratuito, que esclarece dúvidas sobre os princípios e diretrizes da linguagem simples, publicado no portal do Judiciário na internet e à disposição para consulta pública.

 Guia de Perguntas & Respostas – Linguagem Simples

Fonte: palestra da professora Heloíza Rocha, instrutora da Escola Superior da Magistratura do Maranhão.

Linguagem simples

O Tribunal de Justiça do Maranhão implantou a política de linguagem simples e direito visual por meio da Portaria nº 42/2023, com o objetivo de adequar a sua comunicação às necessidades do público, considerando a falta de conhecimento da maioria sobre a ciência do Direito pela maioria do público. Essa ação vai ao encontro do Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples, firmado pelo Conselho Nacional de Justiça.

A técnica da linguagem simples coloca o leitor ou leitora em primeiro lugar, de forma que a pessoa possa encontrar a informação que precisa; entender a informação que encontra e utilizar essa informação para suas necessidades, com facilidade e autonomia.

Para isso, utiliza regras de simplificação, tais como: usar palavras conhecidas e concretas; evitar jargão técnico e palavras estrangeiras; construir o texto com frases e parágrafos breves; utilizar a ordem direta (sujeito + predicado); incluir títulos para separar os tópicos; preferir a voz ativa; usar verbos para descrever ações; descrever siglas; adotar não usar gírias ou palavras discriminatórias e aplicar recursos visuais – imagens, gráficos, tabelas e listas para ilustrar os textos.

Fonte: TJMA