Há um ano, quando recebeu a notícia de que não poderia ter filhos biológicos, o casal Mirela Amorim e José Menezes decidiu adotar uma criança e começou a informar-se sobre o assunto. Na sexta-feira (13/11), o médico e a enfermeira, casados há seis anos, participaram, no Fórum de São Luís, da primeira etapa do curso preparatório para quem planeja adotar uma criança ou adolescente. Organizado pela Vara da Infância e da Juventude da capital, o curso é fase obrigatória para a adoção.
No hospital onde trabalha, a enfermeira passou a ter contato com as crianças que vivem em abrigos. “Fomos despertados pelo interesse em adotar e procuramos a Vara da Infância para saber os procedimentos”, disse. Segundo ela, há quatro casos de adoção na família dela. “Estamos levando esse processo de uma forma muito natural. Será uma ‘gestação’ planejada e muito esperada”, definiu.
O fato de ser solteiro não impediu o servidor público José Valdo Duarte de realizar o sonho de ser pai. “Há três nos e meio, uma conhecida entregou-me o filho dela para eu criar e nunca mais procurou o menino que hoje tem 6 anos”, contou. Para formalizar a adoção, ele procurou a Vara da Infância e Juventude, onde recebeu todas as informações necessárias para o processo. “A criança veio para minha vida no momento certo, pois me sinto preparado, capaz de cuidar dele e de sua educação”, afirmou. Duarte conta com o apoio de sua família, que já possui outros três casos de adoção. “Aconselho as pessoas que têm o desejo de adotar que busquem logo, pois tem muitas crianças em abrigos precisando de uma família e de carinho”, reforçou.
Oficinas vivenciais – No dia 20 deste mês e no dia 3 de dezembro, os 28 participantes — 21 casados e sete solteiros — do curso da Vara de Infância e da Juventude retornarão ao Fórum de São Luís para a conclusão do curso, com carga horária de 24h. Nessa etapa, eles vão participar de oficinas vivenciais, visitar os abrigos para conhecer a realidade das crianças que estão à espera da adoção e também ouvir depoimentos de pessoas que participaram do curso e já adotaram.
A assistente social Ana Cláudia Neponuceno, da 1ª Vara da Infância e Juventude, explica que o processo de habilitação inclui entrevistas social e psicológica com os candidatos e visita domiciliar da equipe da unidade judiciária para conhecer o ambiente que acolherá a criança ou adolescente adotado. Se aprovado, o nome do candidato é incluído, por determinação do juiz, no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), e a pessoa fica à espera do contato da gestora do CNA que informará quando houver uma criança apta para adoção. Se o candidato decidir pela adoção, ingressa com o processo judicial junto à Vara da Infância e da Juventude.
Os 28 candidatos que participam do curso no Fórum de São Luís foram inscritos pela Divisão Psicossocial da 1ª Vara da Infância e Juventude. São casais (casados ou em união estável), pessoas solteiras ou divorciadas. As aulas são ministradas pela equipe da unidade judiciária, abordando temas como as expectativas e motivações para a adoção, aspectos legais, ressignificado da adoção, a criança idealizada e a criança real e visita supervisionada nas instituições de acolhimento, entre outros.
Fonte: TJMA