Presidente do CNJ lamenta, com pesar, morte do pesquisador Werneck Vianna

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Luiz Werneck Vianna FOTO: Fundação Astrogildo Pererira
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O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, lamentou, em nome das instituições, o falecimento do sociólogo, professor e pesquisador Luiz Werneck Vianna, aos 86 anos, na quarta-feira (21/2).

Com grande relevância no universo acadêmico, Werneck desempenhou papel importante na construção e perfil da magistratura brasileira, com trabalhos dedicados à pesquisa e à formação de novos juízes. A primeira delas, realizada há quase 25 anos, abordou o perfil do magistrado brasileiro. Atualizada em 2019, a pesquisa “Quem somos. A magistratura que queremos” é, até hoje, fonte para acadêmicos e profissionais da imprensa e reflete a atuação do judiciário brasileiro.

“O professor Werneck era uma pessoa muito sensível e atuava muito na preservação das instituições, como o Supremo e o Conselho Nacional de Justiça. É uma imensa perda para todos que prezam pela gestão e pelo aprimoramento do Poder Judiciário no Brasil”, ressaltou o ministro. “Em nome de todos do CNJ, expresso minha solidariedade à família neste momento”.

Trajetória

Tendo frequentado renomados colégios da Zona Sul carioca, o acadêmico teve trajetória rebelde, influenciado por autores como Monteiro Lobato, Eça de Queiroz, Fió-dor Dostoiévski e Miguel de Cervantes. Em 1958, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Estado da Guanabara (atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro/Uerj), concluindo o curso em 1962.

Em seguida, no ano de 1967, graduou-se em ciências sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e, dois anos após, ingressou na primeira turma de mestrado do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (luperj). Sua trajetória acadêmica, porém, foi interrompida na década de 1970, por cinco inquéritos policiais-militares, que o levaram a se exilar no Chile.

Ao longo da vida, lecionou em várias universidades brasileiras, dentre as quais a Universidade Federal de Juiz de Fora e a Pontífice Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) onde contribuiu para a consolidação do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e se tornou uma referência no Departamento de Ciências Sociais.

Presidiu a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) e foi um dos fundadores do Centro de Estudos Direito e Sociedade (Cedes. Entre as linhas de pesquisa de Werneck destaca-se as intelectuais e a modernização no Brasil, a relação entre os poderes republicanos, a institucionalização das Ciências Sociais, a magistratura como estrato intelectual, organização e funcionamento do Poder Judiciário e as relações entre direito, política e sociedade.

Agência CNJ de Notícias