O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) investiu cerca de R$ 474 milhões na infraestrutura do Processo Judicial Eletrônico (PJe) desde 2014. O investimento garantiu a expansão, a melhoria da performance e a segurança do sistema.
“Quando começou a aumentar a capacidade e a demanda, entre 2016 e 2017, nós vimos a necessidade de fazer uma modernização na parte de infraestrutura para suportar o sistema. Naquela época, o PJe era um sistema robusto e que precisava de um maquinário. Fizemos todo um projeto de investimento em 2017 para expandir a capacidade de armazenamento e de processamento”, conta o Secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal (SETI) do TJDFT, Luiz Fernando Serique.
Os investimentos feitos não foram apenas no sistema, mas em tudo que girava ao redor e que era essencial para garantir o funcionamento do PJe. Era preciso melhorar a rede, os links de internet e os nobreaks dos fóruns, além de adquirir novos computadores, scanners e monitores de vídeo. “Não adiantava ter um sistema que estava em evolução e a gente ter a defasagem nas redes”, completa.
Um dos itens que constava no projeto de investimento foi a aquisição de uma máquina para aumentar a performance do PJe. Em janeiro de 2018, na gestão do desembargador aposentado Mário Machado, houve a migração do banco de dados para uma nova máquina, o que fez com que o sistema apresentasse menor tempo de resposta nas transações e maior capacidade de processamento das requisições feitas por sistemas acessórios.
Em 2022, a necessidade era outra. Era preciso de internet mais ágil e rápida. Foi nesse período, na gestão do desembargador Cruz Macedo, que o Tribunal dobrou a capacidade de conectividade com a expansão dos links de internet das redes. “Até 2022, nós contávamos apenas com dois links de internet. Depois disso, nós dobramos a capacidade de conectividade do Tribunal com a aquisição de mais dois links”, afirma o Secretário Geral do TJDFT, Celso de Oliveira.
Investimentos em segurança
Os investimentos feitos permitiram não apenas a expansão do PJe, a digitalização dos processos e a melhoria da infraestrutura de tecnologia, mas também a segurança do sistema e dos dados. O Centro de Monitoramento e Controle de Tecnologia da Informação e Comunicação (CMC-TIC) é visto como um dos investimentos importantes para garantir a segurança cibernética.
“Um grande investimento que o Tribunal fez foi criar esse centro de monitoramento. Ele se pagou quando o Tribunal teve a tentativa de ataque hacker. Por meio do centro de monitoramento, foi possível restaurar toda a infraestrutura e os sistemas do Tribunal, pela junção de várias equipes de tecnologia dentro do centro de monitoramento”, ressalta o Secretário Geral do TJDFT.
“O PJe voltou com danos zero. O ambiente ficou intacto. Isso se deve muito ao que foi investido em segurança”, lembra o Subsecretário de Desenvolvimento de Sistemas do TJDFT, Declieux Dias Dantas. A tentativa de ataque hacker aos sistemas do Tribunal ocorreu em julho de 2022.
Inaugurado em abril de 2022, na gestão do desembargador Romeu Gonzaga Neiva, o CMC-TIC funciona de forma ininterrupta e tem capacidade para identificar problemas no parque tecnológico do Tribunal e para buscar soluções rápidas e eficazes. Dessa forma, é possível reduzir a exposição do Tribunal aos riscos inerentes ao universo tecnológico e garantir a disponibilidade e a qualidade dos serviços de TI prestados pela Justiça local.
Data Center e a proteção dos dados
Em 2019, com a maioria dos processos tramitando eletronicamente, era preciso garantir a segurança dos dados e a continuidade do sistema. Surge a necessidade de se criar um segundo Data Center para replicar os dados que estavam armazenados no Data Center primário.
“A segurança é essencial. Antigamente, quando o sistema fazia apenas o registro de andamento, nós tínhamos a folha, o processo em cima da mesa. Então, era possível correr atrás e recuperar aos dados. Com o PJe, tudo é eletrônico. Por isso, tivemos muito essa priorização na segurança e fizemos essa replicação de dados”, conta o Secretário de Tecnologia da Informação do TJDFT.
O segundo Data Center foi inaugurado em dezembro de 2019, ainda na gestão do desembargador Romão Cícero de Oliveira. Com 13,45m comprimento, 3,40m de largura e 2,80m de altura, o container pesa 20 toneladas e é composto por uma antessala e uma sala com 10 racks de TI, nos quais as informações são armazenadas e os dados processados. Em fevereiro de 2024, o TJDFT recebeu selo de qualidade que atesta a conformidade de seu Container Data Center (CDC) com padrões internacionais.
Vanguarda no desenvolvimento do PJe
“Além de ter feito as capacitações nas linguagens e nas tecnologias que o PJe utiliza, a gente sempre esteve na vanguarda no desenvolvimento do PJe. A gente foi se capacitando pelo desafio. A equipe de desenvolvimento do PJe é vanguarda”, afirma o Secretário de Tecnologia da Informação do TJDFT. Hoje, a equipe de TI do Tribunal é um dos braços do desenvolvimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quando o assunto é processo judicial eletrônico.
O aperfeiçoamento da equipe foi importante não apenas para atuar como “homologadores do PJe”, mas também para trazer contribuições para o sistema. Nos últimos anos, além de automatizar tarefas que eram feitas de forma manual, a equipe do TJDFT desenvolveu vários módulos que foram incorporados ao PJe, como o módulo criminal, o PJe DOCS e o PJe offline. Houve, ainda, a integração aos sistemas.
Depois da implantação, da digitalização e de ter todo o suporte para garantir o funcionamento do PJe, é hora de olhar para o futuro. A última matéria da série PJe 10 anos irá abordar os desafios para os próximos anos e o Programa de Transformação Digital (PDT).