A recuperação de um edifício de arquitetura imponente, simbolizando a permanência e o pertencimento da comunidade jurídica, representa o resgate de memórias e da história do judiciário mineiro. A reforma do Palácio da Justiça Rodrigues Campos, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), chamou a atenção dos jurados da 3ª edição do Prêmio CNJ Memória do Poder Judiciário e concedeu ao projeto de autoria da arquiteta, Andréa Costa Val, o prêmio na Categoria Patrimônio Cultural Arquitetônico.
A apresentação técnica das intervenções e os seus resultados mostram com detalhes o que hoje é a sede do Museu da Memória do Judiciário e reforçam a importância da conscientização sobre a preservação do patrimônio arquitetônico do Poder Judiciário mineiro.
As atividades de restauração foram autorizadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), pois o prédio, inaugurado em 16 de janeiro de 1912, é tombado desde 1977. O nome da edificação é uma homenagem ao desembargador Francisco de Castro Rodrigues Campos (1872-1939), que presidiu o TJMG de 1930 a 1939. Ao fim do processo de restauração, o prédio será inserido no circuito dos museus.
Andréa Costa Val, que também é coordenadora do museu, afirma que a reforma está no meio do caminho, já tendo sido realizados trabalhos de marcenaria, renovação de janelas e melhorias na acessibilidade do prédio. “A expectativa de término é para meados de 2025 e as intervenções realizadas no edifício pretendem devolver à edificação histórica traços próximos aos originais”, conta.
Várias ações estão em andamento, como climatizatização e controle de umidade do espaço interno para proteção das peças do acervo. Também estão previstas a revitalização da parte elétrica, a restauração da fachada original e a intervenção paisagística para a implantação de jardins inspirados no projeto da época de inauguração do prédio. Localizado na Avenida Afonso Pena, 1.420, no Centro de Belo Horizonte, o Palácio da Justiça Rodrigues Campos foi projetado pelo arquiteto italiano Raphael Rebecchi para receber o Fórum e o Tribunal da Relação de Minas Gerais.
Prêmio Memória
A entrega do III Prêmio CNJ Memória do Poder Judiciário, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no ano 2024, ocorreu em maio durante o encerramento do IV Encontro Nacional de Memória do Poder Judiciário (IV Enam), na sede do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O evento reuniu magistrados e mais de 370 representantes de instituições judiciais de todos os estados brasileiros.
O Prêmio foi instituído em 2021 para contemplar ação, atividade, experiência, projeto, programa, produção científica ou trabalho acadêmico que contribua para a preservação, a valorização e a difusão dos bens culturais materiais e imateriais do Poder Judiciário.
Texto: Romualdo Amorim
Edição: Beatriz Borges
Agência CNJ de Notícias