Mais de 500 iniciativas de inovação desenvolvidas em 93 tribunais estão sendo organizadas em um painel do Renovajud, plataforma da Rede de Inovação do Poder Judiciário coordenada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O repositório, que ainda está em fase de teste, reúne as iniciativas cadastradas pelos próprios órgãos na plataforma e pretende facilitar a quantificação e o acesso às iniciativas dos Laboratórios de Inovação dos tribunais.
O protótipo foi apresentado durante a primeira reunião de 2024 da Rede de Inovação coordenada pela conselheira Daniela Madeira, realizada na sexta-feira (19/4). O painel também traz uma nuvem com os principais assuntos contemplados nos projetos. “O objetivo do Painel de informações é mostrar as iniciativas do Renovajud com uma visualização mais agradável, intuitiva e com uma identificação por tags (palavras-chave)”, explicou a conselheira.
Apresentado pelo chefe de gabinete da conselheira, Wilfredo Pacheco, o painel vai mostrar os indicadores estatísticos gerais e por tribunais, por segmentos de justiça, e o andamento das iniciativas. Já as tags mostram os temas mais interessantes para os tribunais e para os gestores. Por exemplo, existem 26 projetos registrados na plataforma sobre linguagem simples; 21 sobre inteligência artificial; e 39 referentes à gestão. “A ideia é valorizar o trabalho dos LIODS e incentivar que os tribunais façam uso desse repositório”, disse Pacheco.
A conselheira explicou que toda a plataforma do Renovajud está passando por aprimoramentos. O objetivo é que ela se torne um instrumento de governança, já que reúne todas as inovações aplicadas no Poder Judiciário. “Para isso, estamos recebendo propostas e sugestões, por meio de um formulário próprio, para incorporar as melhorias, tanto para a plataforma, quanto para o painel”, explicou Madeira. Dúvidas podem ser enviadas por e-mail para Agenda2030@cnj.jus.br e liods@cnj.jus.br.
Meta 9
Uma das preocupações da área estratégica do CNJ é que os tribunais enxerguem a inovação além da tecnologia, de forma a garantir o acesso aos direitos fundamentais e à Justiça. Segundo a juíza auxiliar da Presidência do CNJ Lívia Marques Peres e a diretora do Departamento de Gestão Estratégica (DGE), Fabiana Gomes, o objetivo da Meta Nacional 9 é fomentar a cultura da inovação com foco não apenas nas iniciativas, mas em como resolver o principal problema: a prestação jurisdicional e o conflito de interesses.
Para atender a meta, os tribunais devem pensar e trabalhar em rede e de forma colaborativa. Também é preciso alinhar a inovação à gestão estratégica das Cortes. Elas responderam a várias questões referentes ao glossário da Meta 9, como, por exemplo, de que o projeto do Prêmio CNJ pode ser o mesmo a ser inscrito na Meta, desde que aborde todas as exigências previstas em ambas as iniciativas; cooperação, abordagem dos ODS da Agenda 2030 e a utilização da metodologia design thinking.
A conselheira Daniela ressaltou, porém, que o Renovajud vai além da Meta 9. E recomendou que os cerca de 200 participantes da reunião revejam o glossário e, em caso de dúvidas, encaminhem-na para o e-mail do DGE, monitoramento.metas@cnj.jus.br.
Cultura Organizacional
Daniela Madeira também disse que a Comissão Permanente de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030 pretende estreitar o diálogo com os laboratórios de inovação. “Verifico grande dificuldade na incorporação da inovação dentro de uma cultura organizacional no tribunal. Para mudar esse cenário, queremos incentivar que a inovação esteja no centro do debate da alta gestão”, afirmou.
De acordo com ela, pelo cumprimento da Resolução CNJ n. 395/2021, que instituiu a política de gestão da inovação no âmbito do Poder Judiciário, o grande desafio é desenvolver projetos para a área finalística da atuação dos laboratórios e sua incorporação na cultura organizacional. “Dando mais publicidade à atuação dos LIODS, vamos mostrar sua importância e relevância para a governança do tribunal.”
Para discutir inovação, tecnologia e sustentabilidade, também está sendo preparado o “FestLabs”, evento de inovação dos laboratórios do Judiciário, que deve acontecer entre os dias 11 e 13 de setembro, no Rio de Janeiro. A organização do evento conta com a participação da Justiça do Trabalho, da Eleitoral, da Federal e da Estadual.
Texto: Lenir Camimura
Edição: Beatriz Borges
Agência CNJ de Notícias
