A reflexão, a pacificação e o entendimento entre o casal para melhoria do convívio com os filhos foram objetivos da 1ª Oficina de Parentalidade e Divórcio, realizada na última sexta-feira (26/2), na Escola dos Servidores do Judiciário, em Cuiabá. A oficina é uma das ações do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT).
As oficinas do tema ocorrerão uma vez por mês, no mesmo local. A intenção é fazer com que pais e filhos compreendam que a separação é apenas do casal e não da família, além dos impactos do conflito na vida da criança e a forma com a qual cada ex-cônjuge lida com o divórcio. Cerca de 20 pais e quatro adolescentes participaram do encontro, com atividades em quatro salas.
Segundo a coordenadora da oficina, Sílvia Melhorança, o curso é ministrado em separado para cada faixa etária com temas distintos. Crianças fazem atividades lúdicas, adolescentes atividades lúdicas e reflexivas, e os pais somente atividades reflexivas. Podem participar do curso crianças a partir dos seis anos e adolescentes com até 17 anos e 11 meses.
O projeto sobre parentalidade surgiu nos Estados Unidos e Canadá. Foi trazido para o Brasil pela juíza Vanessa Aufiero da Rocha, que o pôs em prática na cidade de São Vicente (SP). Em razão da aceitação e dos resultados positivos, a ideia foi encampada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que o adotou como política institucional. A determinação é que ele seja um dos recursos utilizados pelos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs) em parceria com as Varas da Família.
Porta aberta – Segundo a presidente do Nupemec e vice-presidente do TJMT, desembargadora Clarice Claudino, o Judiciário abre uma porta para familiares lidarem com o conflito de modo mais ameno. “Queremos que todos os envolvidos nesse processo de separação entendam suas dores, compreendam seu papel na situação e tenham a oportunidade de conversar. A oficina traz uma abordagem especial, cuidadosa, com material apropriado e instrutores que vão auxiliar pais e filhos nesse processo”, observou.
Para o coordenador do núcleo, juiz Hildebrando da Costa Marques, justificou que a oficina é o primeiro passo para o entendimento, porém, o intuito é que o aprendizado seja contínuo. “As pessoas precisam perceber que o casamento acaba, mas a relação de parentalidade se estenderá por toda a vida do filho. Sempre será um problema os pais trazerem o filho para o conflito, isso porque eles não estão preparados para enfrentar a situação”, ressaltou.
Mato Grosso é um dos pioneiros na realização de oficina de parentalidade. Além da capital, as comarcas de Primavera do Leste e Mirassol D’Oeste trabalham com esta linha de atuação. “A proposta é expandir as oficinas para todas as comarcas do Estado”, assinala o magistrado.
Fonte: TJMT