Igor tem 17 anos e trabalha como assistente de cozinha no Departamento Geral das Ações Socioeducativas (Degase) – órgão que administra a execução da medida socioeducativa de privação de liberdade, aplicada aos adolescentes em conflito com a lei no estado do Rio de Janeiro. A oportunidade de se inserir no mercado de trabalho veio após a realização de um curso profissionalizante oferecido por uma instituição parceira do estabelecimento onde cumpria a internação.

“Cumpri a medida de novembro de 2009 a março de 2010. Estava já em liberdade assistida, quando ligaram para a minha casa e ofereceram o curso de auxiliar de cozinha”, contou. O jovem foi contratado pela empresa que presta serviço para o Degase em agosto do mesmo ano.

“Deram-nos acompanhamento, arrumaram vagas em curso e na escola. Tudo para a gente mudar de vida, e chegar do lado de fora com outra mente”, afirmou o adolescente, sobre o atendimento que recebeu.

Diante da oportunidade, Igor não titubeou. O sonho dele agora é formar-se em gastronomia. “Foi uma vez só para nunca mais (a internação). Pelo menos tive uma lição e se eu não tivesse sido detido, talvez agora estivesse morto”, disse o jovem. “Desejo agora fazer uma faculdade de gastronomia, casar e ter meus filhos”, completou.

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias