Doze reeducandos do Projeto Começar de Novo lotados na Central de Digitalização do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) estão sendo capacitados nos cursos de Restauro do Acervo Bibliográfico e Contadores de Histórias pela Fundação Cultural do estado, por meio da Diretoria de Leitura e Formação. A inclusão dos reeducandos foi mediada pelo Departamento de Documentação e Informação do tribunal.
A ideia é criar oportunidades de trabalho para esse público, segundo a diretora do setor, Pollyana Pires. “Eles estão sendo capacitados para uma área em que é difícil conseguir mão de obra especializada. Além disso, poderão ser facilitadores das técnicas e passar adiante essas informações para sua comunidade”, relatou.
É o caso de Fabrício dos Santos da Silva, 34 anos. Casado e com três filhos, ele aproveitou a oportunidade para ampliar conhecimentos, visto que já trabalha na higienização e digitalização de processos no Arquivo Geral do TJPA. “Essa oficina é de suma importância, porque trabalhamos com processos que muitas vezes precisam ser restaurados”. Fabrício, no regime aberto, trabalha há um ano por meio do Começar de Novo.
Já o reeducando Darlan Ritchelli, 30 anos, está ansioso pelo fim de semana, quando poderá aplicar as técnicas de contação de história com a filha de 4 anos. “Eu nunca tive hábito. Meus pais não liam histórias para mim quando eu era criança. Mas eu quero passar isso para minha filha”, diz ele, que também é do regime aberto e é integrante do Começar de Novo.
Com nove meses de trabalho, o reeducando conseguiu diminuir a pena em dois meses e 19 dias. “Quando a gente sai do cárcere, o emprego é muito difícil. O projeto dá essas oportunidades para gente se reintegrar à sociedade”, reconheceu.
Livros – O curso Restauro do Acervo Bibliográfico capacita reeducandos para trabalhar com restauração de material bibliográfico, sobretudo livros. Os alunos aprendem sobre preservação, conservação e restauração de livros e política de preservação de acervos, entre outros. Já no curso Contadores de Histórias, os participantes aprendem técnicas que os auxiliarão a contar histórias de forma mais atrativa. A ideia é que eles participem das ações de promoção da leitura desenvolvidas pela Divisão de Biblioteca do TJPA.
Fonte: TJPA