Não deveria haver desigualdade no sistema judicial, diz Robert Kaplan

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O conferencista Robert Kaplan apresentou nesta sexta-feira (26/2) a palestra magna “O papel do líder na implementação da gestão estratégica do Poder Judiciário brasileiro”. Na avaliação de Kaplan “não deveria haver desigualdade no sistema judicial”. O conferencista defendeu essa ideia durante a apresentação feita por videoconferência no 3º Encontro Nacional do Judiciário, em São Paulo. Kaplan é professor da Universidade de Harvard e criador da metodologia de gestão estratégica Balanced Score Card (BSC), que inspirou o modelo de planejamento estratégico adotado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2008.

Kaplan informou que pelo menos 65% das empresas fizeram ou tentam fazer um planejamento estratégico semelhante ao BSC. O professor afirmou que o modelo pode ser empregado no setor público, como no Conselho Nacional de Justiça, para possibilitar a uniformização do atendimento ao cidadão pelo Judiciário. O professor explicou também que a motivação com base na informação são ferramentas chaves para a aplicação e execução da estratégia. Disse ainda que apenas 5% dos colaboradores entendem a estratégia e  isso pode ser alterado com a autogestão e um processo de comunicação da estratégia muito ativo.

Na avaliação do criador da teoria BSC, os métodos de planejamento executados pelo setor privado, como no caso de uma grande rede de hotéis, são exemplos de como o BSC é bem sucedido. “O hotel oferece o mesmo tipo de serviço não importa o lugar onde esteja”, justificou. Segundo ele, o mesmo padrão deveria ser utilizado no Judiciário para possibilitar a uniformização do serviço judicial.

Em sua conferência, o professor mostrou métodos para execução do sistema BSC e enumerou exemplos de empresas, inclusive brasileiras, que obtiveram sucesso com a sua implementação. O trabalho do professor e pesquisador está orientado ao vínculo entre a estratégia e os sistemas de gestão, utilizando a metodologia Balanced Score Card para implementação de medidas de desempenho organizacional. Segundo o estudioso, o principal problema enfrentado pelas empresas é a execução da estratégia. Sua teoria BSC contém ferramentas que orientam as empresas a atingir esse objetivo. Entre elas estão a criação de indicadores, o alinhamento (padronização) de todas as unidades da organização/instituição e a comunicação.

A Diretora do Departamento de Gestão Estratégica do CNJ, Ana Carolina Chaer, foi a mediadora da apresentação do conferencista e informou o cumprimento da meta 1 de nivelamento pelos tribunais. Essa meta previa a elaboração do planejamento estratégico dos tribunais para os próximos cinco anos.

 

EN/
Agência CNJ de Notícias