Os 50 anos do Museu do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) foram comemorados com programação especial na última sexta-feira (10/12). O evento, que contou com a participação da presidente do TJPA, desembargadora Célia Regina de Lima Pinheiro, reuniu palestras sobre a relevância da preservação da memória, a inauguração de um espaço virtual dedicado às vítimas da Covid-19 que trabalhavam no Judiciário paraense e a apresentação cultural.
A presidente da Comissão de Gestão Documental e Comissão de Gestão de Memória do TJPA, desembargadora Rosi Maria Gomes de Farias, destacou o papel educativo do Museu. “É uma satisfação enorme termos sido pioneiros na Federação na criação de um museu no Judiciário e de sermos atuantes até hoje. Para os estudantes, e falo isso porque também sou professora, é muito importante aprenderem sobre a nossa história, sobre os nossos antepassados.”
O juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e membro do Programa Nacional de Memória do Poder Judiciário (Proname), Carlos Alexandre Böttcher, ressaltou que é papel de todos os três Poderes de preservar a memória do Brasil. “O Tribunal de Justiça do Pará foi pioneiro em todo o país a criar o seu próprio museu. Essa data é um marco. Nós sabemos, pelo Artigo 216 da Constituição Federal, que traz a definição do que é o patrimônio cultural. A Constituição também prevê no Artigo 23 que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger esse patrimônio cultural. Quando tratamos de patrimônio cultural, a competência é de todos os entes federativos, inclusive do Judiciário.”
Historiadora e servidora aposentada do TJPA, Cacilda Maria Saraiva Pinto apresentou o tema “Monteiro Lopes: meio século de resistência do Museu Judiciário”. Ela destacou que o museu precisa estar próximo da população. “É a comemoração da memória do Judiciário. Eu vim aqui para trazer uma experiência de que o Museu precisa estar junto da comunidade. Ele não pode ser um local suntuoso em que as pessoas não saibam sequer que é permitida a entrada. O povo precisa saber dos seus direitos e da sua história.”
Também houve a palestra “Amazônia e Cultura: o Brasil e o sistema internacional contemporâneo”, com o pós-doutor em Ciência Política pela Unicamp e coordenador-geral do Departamento de Relações Internacionais do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC), José Luiz Niemeyer dos Santos Filho. E o diretor do Sistema Integrado de Museus e Memórias da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Armando Sobral, falou sobre os espaços de memória do Pará.
Após as palestras, foi realizado o lançamento da exposição virtual “Perdas, memórias e recomeços”, em homenagem às vítimas da Covid-19 e a apresentação cultural “Escambau a três”.
Fonte: TJPA