Ministro Gilmar Mendes recebe associação para falar sobre trabalho com presos

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Na manhã desta quarta-feira (03/02), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilmar Mendes, se reuniu com representantes da Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno (Adhonep), que desenvolve trabalho com a população carcerária no Brasil.

A associação assinou convênio com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em dezembro do ano passado pelo projeto “Começar de Novo”. O projeto de iniciativa do CNJ tem a finalidade de mudar a situação prisional do país e, para isso, oferece a presos oportunidades no mercado de trabalho. Além dos mutirões carcerários – em que é avaliada individualmente a situação do cumprimento da pena de todos os presos em um determinado presídio -, as ações do “Começar de Novo” abrangem convênios com entidades como Sesi, Senai e Fiesp, visando ao treinamento e à capacitação dessas pessoas.

Para dar o exemplo, os próprios órgãos do Judiciário contrataram egressos ou presos que já cumprem pena em regime domiciliar, condicional ou semiaberto. O objetivo é favorecer a recuperação social dessas pessoas a começar pela oportunidade de emprego. O STF foi pioneiro na iniciativa no âmbito do Judiciário abrindo 40 vagas para contratação de sentenciados, mediante convênio com o governo do Distrito Federal.

Adhonep – Instalada no Brasil há 30 anos, a Adhonep realiza trabalho semelhante com detentos e ex-detentos no intuito de capacitá-los para o mercado de trabalho. De acordo com o vice-presidente da associação, Altomir Régis da Cunha, o projeto de iniciativa do CNJ vem para abrir portas e facilitar um trabalho que antes era realizado com muita dificuldade.

“Antes nos sentíamos órfãos e agora temos um pai”, destacou ao elogiar a iniciativa. Ele explicou que a entrada nos presídios era muito mais difícil sem o apoio do Judiciário, e, agora, se torna mais confiável para as autoridades por ter a marca da Justiça.

A associação tem 1.300 células espalhadas por todo o país e com o apoio do Judiciário, poderá, por exemplo, buscar junto aos prefeitos uma parceria para que ofereçam oportunidades de trabalho no serviço público. Além disso, a associação também dá auxilio e assistências às famílias dos presidiários, pois, na opinião de Altomir Cunha, sabendo que as famílias estão sendo cuidadas, eles ficam mais tranquilos dentro das prisões.

Exemplo dentro da Associação – Com essa filosofia, a associação acolheu Ronaldo Monteiro que há 20 anos planejou o sequestro do presidente da associação, Custódio Rangel Pires. Hoje, ele é membro da Adhonep e dirige uma Organização Não-Governamental (ONG) que treina os presos para que possam montar e administrar suas próprias empresas.

A associação é formada por advogados, juízes, empresários, profissionais liberais, militares e pessoas de diversos segmentos dispostas a fazer o trabalho voluntário.

Fonte: STF