Minas: Juizado de Conciliação promove 100% de acordos

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"Foi um feriado legal". Com essa frase, o aposentado Vicente Eustáquio de Oliveira, 59, resumiu o sentimento de alívio, após chegar a um acordo com uma ex-empregada, em uma audiência no Juizado de Conciliação, nesta sexta-feira (8/12), em Belo Horizonte. Ela reclamava o valor referente ao INSS que não foi pago por Vicente. "Ela trabalhava cuidando da minha mãe, que tem mal de Alzheimer. Fizemos um acordo para pagar o restante do que lhe devo em 24 vezes. Valeu demais", comemora o aposentado, que aproveitou o mutirão do Dia Nacional da Conciliação para agendar sua audiência no posto Psiu, na Praça Sete.

O caso de Vicente é apenas um exemplo de litígio resolvido por meio da justiça informal e gratuita. Até o final da manhã, haviam sido realizadas 14 audiências no posto da Praça Sete. Todos obtiveram acordos. Além disso, foram realizadas 42 orientações. João Batista, do bairro de Santa Luiza, passava pelo centro da cidade e foi atraído pela campanha. "Tenho um problema com um inquilino, que não me paga desde 2004. Fui orientado a procurar o Juizado de Conciliação do bairro Taquaril. Me entusiasmei com a idéia de marcar uma audiência e tenho a esperança que vou conseguir resolver meu litígio", revela.

No Juizado de Conciliação da capital, estão agendas 63 audiências para todo o dia.

 

 

Voluntariado

 

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais realiza, desde o dia 4/12, a Semana da Conciliação. Já foram realizados seminários, eventos em praça pública, conferências, mesas redondas e, hoje, no Dia da Conciliação, "um mutirão de audiências conciliatórias" na capital e no interior. "Na medida em que nós podemos ajudar as pessoas a resolverem seus conflitos, nós estamos contribuindo para a harmonia, estamos trabalhando em benefício da sociedade", revela o desembargador Bady Curi, coordenador-geral dos Juizados de Conciliação.

O Juizado de Conciliação, criado em 2002 pelo Poder Judiciário em parceria com a sociedade, funciona com atuação de voluntários, oferecendo espaço, nas comunidades, para a resolução amigável das demandas. No mutirão de audiências do Juizado de Conciliação, no posto Psiu, mais de 20 voluntários atuam na conciliação. A aposentada Elisabeth Martins Carneiro tirou o feriado para atuar como conciliadora no posto do Juizado, trabalho que realiza desde 2002. "É uma satisfação poder ajudar a diminuir os conflitos entre as pessoas. Dessa forma, me sinto útil, pois estamos ajudando a promover a paz", conta.

Elisabeth acredita que o Movimento pela Conciliação é extremamente importante para divulgar esse meio de resolver desavenças. "A divulgação deve ser cada vez maior, para que as pessoas vejam que é real e acreditem, que busquem a conciliação", observa a aposentada, que ainda atua como voluntária no projeto "Assistência no Céu", que trata de pacientes portadores de paralisia cerebral. (Assessoria de Comunicação TJMG)