‘Menor Aprendiz’ transforma a vida de 500 jovens carentes

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Implantado há mais de quinze anos dentro do Poder Judiciário alagoano, o programa Menor Aprendiz já proporcionou uma alternativa de desenvolvimento a mais de 500 jovens dos 14 aos 18 anos em situação de vulnerabilidade social. Eles executam atividades de auxiliar de escritório em diversos setores da Corte de Justiça.

Alguns participantes, após o término do prazo contratual de permanência, ingressam no quadro de servidores do judiciário. É o caso de Leonardo Oliveira, 19, e Kamilla Lima, 22 (foto abaixo), que, atualmente, trabalham na Direção-Geral do Tribunal.

Menor aprendiz em 2011, Leonardo atribui o êxito profissional à conduta mantida durante o aprendizado. “Temos que agir como em qualquer emprego. É preciso ter pontualidade, não faltar, se dedicar ao máximo, prestar atenção no que está fazendo. Isso vai fazer você se destacar”, reconhece o servidor.

Kamilla Lima, 22, menor aprendiz em 2009, trabalha no TJ há 5 anos. “A experiência [de menor aprendiz] foi uma oportunidade muito boa que mudou muito a minha vida. Eu não esperava que fosse chegar tão longe. Foram outros rumos, caminhos diferentes dos que eu planejava”, afirma.

Há mais de dez anos na coordenação do Menor Aprendiz no Tribunal, a assistente social Gleide Guedes de Farias se emociona ao lembrar dos meninos e meninas que já participaram do projeto que tem contribuído para mudar a vida dos jovens selecionados. “É gratificante perceber que eles querem crescer”, destaca a coordenadora. Gleide ressalta ainda o papel social da atividade, que, apoiada pela Presidência do Tribunal, ajuda a manter jovens, alguns em realidade difícil, longe das drogas e criminalidade, além de diminuir a evasão escolar.

Experiência e sonho com a Engenharia

Aos 15 anos, Victor Gomes é menor aprendiz há um ano, ele acredita no potencial do projeto para o seu crescimento profissional.

“É um trabalho bom, tranquilo. É meu primeiro emprego, traz a experiência profissional, aprendizado, que ajudam a melhorar o currículo antes de completar dezoito anos, para ter esperança de arrumar algo no futuro. Inclusive, hoje é mais fácil ser menor aprendiz, existem mais oportunidades”, lembra.

O adolescente, que passa a manhã cuidando de atividades como envio e recebimento de processos no setor de Licitação, diz que gosta do que faz. À tarde, ele prossegue seus estudos numa escola estadual em Chã de Bebedouro, bairro onde também mora. Na hora de escolher uma carreira, Victor afirma que pretende cursar Engenharia.

Direitos trabalhistas e previdenciários 

Atualmente, 25 jovens cadastrados no programa Menor Aprendiz desempenham atividades no TJ. Eles passam por treinamento, têm uma jornada diária de 4 horas, carteira assinada e direitos trabalhistas e previdenciários respeitados.

O almoço dos aprendizes é oferecido pelo Tribunal e eles podem permanecer no serviço por até 2 anos, desde que continuem estudando e estejam na faixa etária adequada. Em quinze anos de atividade, mais de 500 jovens foram contemplados.

Fonte: TJAL