Link CNJ discute prisão de gestantes, pais e mães de crianças e pessoas com deficiência

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O programa Link CNJ vai ao ar nesta quinta-feira (3/3) com um debate sobre o Manual da Resolução CNJ n. 369/21, publicado no final do ano passado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para orientar os tribunais no encaminhamento de casos relativos à privação de liberdade para gestantes, mães, pais e responsáveis por crianças e pessoas com deficiência. As orientações valem tanto no campo penal quanto no socioeducativo.

A resolução estabeleceu quais os procedimentos que devem ser adotados e as diretrizes que devem ser seguidas para substituir a privação de liberdade, por prisão domiciliar, no caso dessas pessoas. A mudança da forma de reclusão atende ao art. 318-A do Código de Processo Penal e acata o cumprimento às ordens coletivas de habeas corpus concedidas pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal no HC n. 143.641/SP e no HC n. 165.704/DF.

O manual orienta a identificação e o registro de informações sobre as pessoas presas e aponta elementos que juízes e juízas devem considerar para tomar decisão, incluindo propostas de entrevista com essas pessoas. Além disso, traz diretrizes para o monitoramento e cumprimento da resolução, assim como para qualificação de quem lida com essas situações no Poder Judiciário.

Para tratar da publicação do manual, o Link CNJ entrevista Nathalie Fragoso, advogada criminalista e pesquisadora em direitos humanos, direitos digitais e processo penal; Natália Dino, diretora-executiva do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ; e Eliana Olinda, psicóloga da Coordenadoria da Infância do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

O Link CNJ vai ao ar toda semana na TV Justiça e tem reprises programadas nas sextas (7h), sábado (12h), domingo (14h) e terça-feira (7h30); e ficará disponível no canal do CNJ no YouTube.

30 mil presas

Entre especialistas, há expectativa que o manual permita a produção de informações sobre a situação prisional de gestantes, lactantes, mães ou cuidadoras de crianças de até 12 anos. Os dados sobre esse público são processados sem uniformidade, em quatro sistemas que trabalham com metodologia e finalidades diferentes: Cadastro Nacional de Presas Grávidas e Lactantes, Cadastro Nacional de Inspeções em Estabelecimentos Prisionais e Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) – gerenciados pelo CNJ – e o Sisdepen, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O manual foi elaborado pelo programa Fazendo Justiça, entre o CNJ e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnun). De acordo com o programa, a partir dos dados do Departamento Penitenciário Nacional, em 2021 o número de mulheres presas foi de 30 mil pessoas, acima do verificado no ano anterior (29 mil) e abaixo do verificado em 2019 (37 mil).

Em julho de 2021, havia mais de mil crianças no sistema prisional em todo o país. A estatística mais recente, de 2017, informa que 14% das unidades prisionais que recebem mulheres têm espaço reservado para gestantes e lactantes, 3,2% têm berçário ou centro de referência materno-infantil e 0,66% têm creches.

Os dados compilados há cinco anos indicavam ainda que 25,22% das presidiárias possuíam entre 18 e 24 anos e 22,11% entre 25 e 29 anos, ou seja, ao menos 47% da população carcerária feminina é jovem (e está em idade reprodutiva). Quanto ao recorte racial, 63,55% se declaram negras (pardas e pretas) – acima da proporção do conjunto da população (estimada em 55,4%).

Quanto à escolaridade, 62,4% não havia completado o ensino médio – e 44% não havia concluído o ensino fundamental. A principal causa da prisão das mulheres (até 2017) foi envolvimento com tráfico de drogas (64,48% das presidiárias).

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Ficha Técnica

Link CNJ na TV Justiça
Toda quinta-feira, às 21h

Direção: Betânia Victor Veiga

Equipe CNJ:
André Mota
Daniel Noronha
Gilberto Costa
Gustavo de Oliveira
Hudson Cerqueira
Hugo Santos
Jônathas Seixas
Jhonatan Alves
Juliana Freitas
Juliana Neiva
Luis Marcos
Marcelo Silva
Ricardo da Costa
Thaís Cieglinski

Produção: Lívia Faria
Assistência de produção: Luciana Oliveira
Apresentação: Guilherme Menezes
Edição de imagens: Patrick Gomes
Edição de texto: Guilherme Menezes
Cabelo e maquiagem: Lia Brandão
Figurino: Talitha Oliveira
Operadores de câmera: Luís Marcos e Orlando Santos
Diretor de imagem: Éster Domingos
Operador de áudio: Jhonatan Alves
Operador de teleprompter: Wendel Pereira
Operador de VT: Rogério da Cruz
Núcleo de programação: Rosa Wasem
Núcleo técnico: Fábio Guedes
Núcleo de produção de programas: Flávia Soledade
Supervisão: Coordenadoria de Gestão da TV e Rádio Justiça / Secretaria de Comunicação Social STF

Agência CNJ de Notícias

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