O Tribunal Regional Federal da 2.ª Região concluiu, em setembro, o curso de formação em Letramento Racial. A iniciativa — inédita na Justiça Federal do país — teve por objetivo desvendar as estratégias do racismo estrutural, como ele continua organizando na sociedade brasileira e se manifesta no sistema de justiça. A formação, destinada a magistrados(as) e servidores(as) da 2.ª Região, é uma realização do Comitê de Equidade Racial e de Gênero da SJRJ em parceria com a área de Capacitação e Desenvolvimento da SJRJ. A iniciativa teve recorde de inscritos e é pioneira na Justiça Federal do país.
Composto por cinco módulos, o curso abordou temas como racismo e a formação do país; branquitude; raça, etnia e os diferentes tipos de racismo; políticas afirmativas no Poder Judiciário; e os efeitos psicossociais do racismo.
O curso foi ministrado por grandes referências no Brasil sobre a temática racial, como as professoras Ynaê Lopes dos Santos (especialista em História da Escravidão e das Relações Raciais nas Américas), Lia Vainer Schucman (que atuou no Centro de Novos Estudos Raciais na Universidade da Califórnia), Magali Dantas (integrante do Grupo de Trabalho para Ações em Direitos Humanos, Equidade de Gênero, Raça e Diversidades, do TRF-4) e Rachel Gouveia Passos (co-coordenadora dos projetos de pesquisa e extensão “Luta Antimanicomial e Feminismos e Encruzilhadas: diálogos antirracistas”, ligados à UFRJ).
O Comitê Permanente de Equidade Racial e de Gênero da SJRJ foi instituído em maio de 2021 e tem como objetivo promover ações que visem à igualdade racial e de gênero dentro da instituição, com a eliminação do racismo e de todas as formas de discriminação, além de propor medidas que conduzam à mudança na cultura organizacional, por meio da adoção de práticas não discriminatórias, entre outros.