“O silêncio é cúmplice da violência”. Foi com a frase da filósofa e escritora brasileira Djamila Ribeiro que a delegada da mulher Sílvia Renata de Araújo Vila Nova iniciou a palestra “Violência contra a Mulher: de casa à praça, ao trabalho, ao ambulatório”. O evento, promovido na tarde desta terça-feira (22/11) pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), reuniu servidoras e servidores para uma conversa sobre a importância de dialogar sobre o tema e de encontrar formas de acolher as vítimas.
Delegada da Mulher há mais de 20 anos, Sílvia apresentou, citando casos concretos, as diversas formas de violência contra a mulher: física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. Para ela, muitas mulheres silenciam sobre o crime por se tratar de uma situação de intimidade. “Trata-se de uma violência que está vinculada a questões pessoais, na maioria das vezes, a questões muito íntimas, muito privadas das pessoas, o que dificulta ainda mais o diálogo, a expressão, a denúncia. Os crimes são mais fáceis de serem concretizados e de ficarem impunes nas situações nas quais o silêncio impera”, avaliou.
A delegada ainda alertou para situações em que os traumas pela violência são tão graves que os casos só são relatados pelas vítimas anos depois de concretizados. “São situações que viram traumas, e traumas podem ficar soterrados por muitos anos”, explicou Sílvia. Durante a palestra, ela ainda destacou alguns pontos da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), que criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Fonte: TRF5