“Não podemos esquecer que a Justiça do Trabalho vive da realidade social. É isso o que pauta a forma de procedimento no processo do Trabalho. Venho para assumir a Presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ) com o objetivo de tentar melhorar o atendimento ao cidadão”. A fala é do desembargador Cesar Marques Carvalho para juízes do Trabalho do regional fluminense, durante a abertura do último dia do 13º Fórum Gestão Judiciária, nesta terça-feira (18/1). Eleito em novembro do ano passado, para o biênio 2023/2025, ele toma posse como presidente do TRT/RJ no próximo dia 26.
O presidente eleito defendeu que a Justiça do Trabalho deve se adaptar aos avanços que a tecnologia proporciona, principalmente o processo eletrônico. Entretanto, em sua opinião, a presença física dos representantes do tribunal ao lado do cidadão jamais pode ser deixada de lado. “O processo eletrônico é uma maravilha, é sensacional, é o nosso futuro, mas, independentemente disso, as audiências presencias, por exemplo, ainda são, às vezes, extremamente necessárias. Isso porque há pessoas que não gostam de negociar eletronicamente e só o fazem se encontram pessoalmente o juiz e o negociador”, afirmou Cesar Marques Carvalho.
O desembargador também destacou a importância da ligação física e direta da Justiça do Trabalho com o cidadão por conta do suporte sentimental muitas vezes necessário ao trabalhador. “Não podemos perder o contato social. O trabalhador constantemente precisa de apoio em forma de sentimento, pois às vezes é ofendido e magoado. A relação com o cidadão não fica só na prestação do serviço. Há a questão emocional, além da teórica”, concluiu o futuro presidente.
Novo corregedor
Eleito para o cargo de corregedor regional do TRT/RJ para o biênio 2023/2025, o desembargador Marcelo Augusto Souto de Oliveira também falou na abertura do último dia do 13º Fórum Gestão Judiciária. O magistrado explicou os três eixos que pautarão sua gestão na Corregedoria (republicanismo, impessoalidade e publicidade): “O republicanismo refere-se à separação dos interesses público e privado. Sempre caminharei na escolha do interesse público. Impessoalidade significa não haver preferidos ou amaldiçoados para a Corregedoria; o que vale para um vale para todos. Além disso, o ponto forte da minha administração será trabalhar dados estatísticos, com a produção de relatórios sobre cada uma das 146 varas do Trabalho, e dar a eles ampla publicidade”.
Marcelo Augusto Souto de Oliveira também passou a mensagem de que sua gestão será marcada pelo diálogo com os juízes de primeiro grau. “Depois de dois anos, quero entregar a Corregedoria melhor do que é hoje; e sei que isso não se faz com canetada nem com autoritarismo. Estarei completamente acessível em qualquer dia da semana. Quero trabalhar em parceria com vocês. Desejo ser visto como colega, e não como um apontador de erros. O objetivo é efetivamente compreender a realidade de cada uma das 146 varas do Trabalho a fim de prestar a melhor jurisdição possível”, disse aos magistrados.
O fórum
O 13º Fórum Gestão Judiciária, promovido pela Escola Judicial do regional fluminense, teve início no dia 16/1. O objetivo do evento é capacitar juízes e aprimorar a prestação jurisdicional, por meio de palestras e debates envolvendo temas relacionados ao cotidiano laboral da magistratura de primeiro grau.
Este ano, o encontro trouxe para debate os temas Relacionamento, Eficiência e Tecnologia. A dinâmica do fórum engloba palestras e oficinas, nas quais são discutidas e elaboradas propostas voltadas ao aprimoramento do primeiro grau de jurisdição. Sempre no último dia do encontro, os magistrados reúnem-se em plenária e aprovam as proposições que serão apreciadas, posteriormente, pela administração do tribunal.
Fonte: TRT1