Justiça de Rondônia lança campanha em prol do acolhimento familiar

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Foto: Ascom TJRO
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Um auditório lotado. Mais de 150 pessoas compareceram para assistir ao lançamento da campanha institucional “Famílias Acolhedoras: o acolhimento é temporário, mas o amor é para sempre”. Elaborada pelo Poder Judiciário de Rondônia, por meio da Vara de Proteção à Infância e Juventude de Porto Velho, a campanha tem como foco o acolhimento temporário de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade para evitar que fiquem em abrigos institucionais.

Na plateia estavam presentes secretários de vários municípios do estado de Rondônia, assistentes sociais, psicólogos, profissionais da área da saúde e servidores do poder judiciário. Também prestigiaram o lançamento várias famílias que já atuam no acolhimento a crianças em Porto Velho. O evento, na quarta-feira, 13 de março, foi no auditório do Fórum Geral de Porto Velho, César Montenegro.

Na abertura do evento foi exibido o documentário, que leva o mesmo nome da campanha, “Famílias Acolhedoras: o acolhimento é temporário, mas o amor é para sempre”. Elaborado pela Coordenadoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Rondônia, com roteiro e direção da jornalista Ana Carolina Gouveia Cardoso.

Após a exibição do documentário, o corregedor-Geral de Justiça do Estado de Rondônia, desembargador Gilberto Barbosa ressaltou  a excelência atuação dos magistrados Flávio Henrique de Melo, da Vara de Proteção à Infância e Juventude da Comarca de Porto Velho e Leonardo Leite Mattos e Souza, da 2ª Vara Cível da Comarca de Ji-Paraná-RO, que promovem o projeto Família Acolhedora em suas respectivas comarcas. “A atuação jurisdicional dos respectivos magistrados é de extrema relevância pois trabalha diretamente na camada mais vulnerável da sociedade, as crianças e adolescentes”, pontuou o desembargador que relembrou também a atuação pioneira da magistrada Ana Valeria de Queiroz Santiago Ziparro, titular da 3ª Vara Cível da Comarca de Ji-Paraná, por ter sido a precursora do projeto em Ji-Paraná, quando era titular da 2ª Vara Cível.

O juiz Flávio Henrique de Melo, destacou que atualmente, 186 crianças e adolescentes estão vivendo em abrigos institucionais em Rondônia, e, somente 10 crianças estão em famílias acolhedoras. Dos 52 municípios de todo o Estado, apenas Porto Velho e Ji-Paraná aderiram ao Serviço de Família Acolhedora. “Essa é uma realidade que precisa ser mudada. O objetivo desse evento foi apresentar aos secretários municipais o serviço da família acolhedora para que eles levem aos seus prefeitos e busque implementar em seus municípios”, explicou o magistrado.

Durante a apresentação, o juiz Flávio, ressaltou que o Estatuto da Criança e do Adolescente prioriza o serviço de família acolhedora. “Diferente dos abrigos institucionais (em que há educadores contratados), trata-se de uma modalidade em que a criança ou adolescente é cuidada temporariamente por uma outra família: a família acolhedora. As crianças que vivem em abrigo não têm a oportunidade de viver em sociedade, como ter uma rotina simples, mercado, atividade religiosa. Ampliar o serviço no interior do Estado proporcionará o convívio familiar, o que, em consequência, ajuda no desenvolvimento psicossocial”, destacou o magistrado.

Emocionado, o secretário municipal de assistência social e família da prefeitura de Porto Velho, Claudi Rocha, elogiou o documentário e falou sobre a necessidade que os municípios do Estado regulamentem esse serviço. “A Prefeitura de Porto Velho irá apoiar os municípios que, eventualmente, venham a participar desse projeto maravilhoso, desde a minuta da lei, capacitação, enfim. A capital abraçou esta causa por entender que é um projeto de grande impacto social para as nossas crianças”, destacou o secretário. Na oportunidade, Claudi contou que também deseja que sua família também seja acolhedora, dentro do programa.

A assistente social Viviani Bertola esclareceu sobre o funcionamento do serviço. “As famílias acolhedoras são selecionadas, preparadas e acompanhadas por uma equipe de profissionais para receber crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, até que possam retornar para sua família de origem ou, quando isso não é possível, ser encaminhadas para adoção”, destacou Viviani.

Ao final,. Maria de Nazaré, que participa do serviço da Família Acolhedora, e também foi personagem do documentário, foi convidada para subir ao palco, contar um pouco de sua experiência e responder às dúvidas da plateia. A pergunta mais frequente foi em relação ao momento de despedida, como entregar o bebê e não sentir tristeza. Nazaré respondeu com leveza, pois vivenciou esses momentos várias vezes. “Como fazemos um treinamento, nós entendemos que a família acolhedora é uma ponte, apenas um caminho. Não sabemos quando a criança chega, nem quando vai embora. As despedidas são sempre difíceis, mas aprendi que o acolhimento é temporário, mas o amor fica para sempre”, respondeu.

Fonte: TJRO

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