Mais de 100 participantes do I Seminário BacenJud 2.0, que aconteceu nesta quarta-feira (24/10), em Brasília, tiveram a oportunidade de conhecer com mais detalhes e sugerir melhorias ao Sistema BacenJud, ferramenta eletrônica criada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Banco Central do Brasil (Bacen) que automatiza a cobrança judicial de dívidas ao interligar Poder Judiciário e instituições financeiras. “Temos absoluta certeza de que o sistema ainda tem muito para melhorar e esse encontro com magistrados e servidores foi exatamente para ouvir de quem está na ponta as sugestões de melhoria. Não é um sistema fácil de operar, mas é a nossa principal ferramenta para reduzir o congestionamento nas execuções”, destacou o conselheiro do CNJ Luciano Frota, organizador do evento.
O evento reuniu magistrados, servidores e técnicos do Banco Central na sede do Conselho da Justiça Federal (CJF) para apresentar as novas funcionalidades da ferramenta, que passou a abranger mais produtos do sistema financeiro, como valores disponíveis em cooperativas de crédito e investimentos no mercado de capitais (bolsa de valores, tesouro direto, etc.). Na abertura, estiveram presentes o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.
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De acordo com o conselheiro Luciano Frota, a cada 100 processos em execução, apenas três são solucionados por ano. “Queremos fazer o melhor. Não é fácil, pois estamos lidando com devedores da Justiça e quem tem dinheiro na conta e não paga o que deve é porque quer fugir. Então, estamos fechando o cerco com o BacenJud”, explicou.
Nos nove primeiros meses do ano, os magistrados brasileiros emitiram oito milhões de ordens judiciais eletrônicas para obrigar devedores a ressarcir seus credores. Ao todo, R$ 13,9 bilhões foram efetivamente transferidas para contas judiciais no mesmo período. “O número expressivo de juízes e servidores que participam do encontro mostra que a Justiça já está vendo o BacenJud como uma importante ferramenta de apoio aos tribunais”, completou o conselheiro.
“Fizemos um levantamento com todas as sugestões dos magistrados e vamos estudar cada uma”, contou o Luis Spaziani, chefe adjunto do Departamento de Relacionamento Institucional e Assuntos Parlamentares do Bacen. “Receber a visão dos magistrados é fundamental para nós”, completou.
Paula Andrade
Agência CNJ de Notícia