Judiciário do Trabalho goiano eterniza histórias de servidoras e magistradas

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Foto: Cássio Castiñeiras/ Ascom TRT-18 
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Manter viva a história da desembargadora Ialba-Luza Guimarães de Mello, falecida em 2008, bem como homenagear outras 117 mulheres que contribuíram e continuam contribuindo na construção do Judiciário Trabalhista de Goiás, é o objetivo da Exposição Virtual: Mulheres & Trabalho, Atuação e Protagonismo no Judiciário Trabalhista, produzida pelo Centro de Memória do Tribunal Regional do Trabalho da 18.ª Região (TRT-18). A ação exalta a trajetória de ministras, desembargadoras, procuradoras, juízas, servidoras e advogadas trabalhistas que atuaram e ainda trabalham naquele tribunal.  

Ialba-Luza Guimarães de Mello (in memoriam) foi uma das magistradas pioneiras do TRT-18. Nascida em 1947, em Goiânia, a jurista presidiu o tribunal entre 1999 e 2001. Durante sua gestão, foram realizadas várias ações, entre elas a instalação da Ouvidoria com foco na cidadania e na transparência; a criação da Unidade Centralizadora de Recursos e Distribuição; e a criação do Centro de Memória do Tribunal, em novembro de 2000. Atualmente, um dos principais prédios do Complexo Trabalhista eterniza o nome da desembargadora.  

A datilógrafa Elisa de Macedo, nomeada em 1945, está entre as mulheres que marcaram a história do tribunal – Fotos: Ascom TRT-18 

A exposição virtual foi a vencedora da Categoria II – Difusão Cultural e Direitos Humanos, da edição 2024 do Prêmio Memória do Poder Judiciário, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A premiação foi realizada no dia 10 de maio, durante o encerramento do IV Encontro Nacional de Memória do Poder Judiciário (IV Enam), na sede do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o Palácio da Justiça.  

“Trata-se de um tributo a todas as mulheres que desafiaram as limitações sociais, cada uma a seu tempo, enfrentaram adversidades e se destacaram em um ambiente historicamente dominado pelos homens”, ressaltou o coordenador do Comitê de Documentação e Memória do TRT-18, desembargador Elvecio Moura.   

Nas palavras da chefe da Seção de Gestão da Memória do TRT-18, Ariony Castro, receber o prêmio CNJ reforça ainda mais o compromisso dos envolvidos na preservação da história do TRT. “Estamos profundamente honrados e inspirados a continuar nosso trabalho em prol da memória e história do Poder Judiciário Trabalhista”, comentou Castro.  

“Além de honrar as mulheres que moldaram e continuam a moldar o Judiciário Trabalhista, a exposição também mergulha na história das mulheres que deixaram uma marca no campo do direito trabalhista, demonstrando sua força, habilidade e dedicação”, comentou Ariony Castro.   

As mulheres de destaque figuram numa revista eletrônica interativa com fotos, depoimentos e QR Code para acesso às entrevistas, em vídeo, concedidas por algumas homenageadas. A publicação está permanentemente à disposição da sociedade com acesso pelo site do TRT-18, na página do Centro de Memória, no menu Projetos. Também pode ser acessada pelos visitantes do Centro de Memória por meio de totens interativos instalados no local. 

Homenageadas  

A Comissão do Comitê de Documentação e Memória do TRT-18 observou os critérios de antiguidade, protagonismo e mérito para definir a lista de mulheres de destaque na referida ação.   

A datilógrafa Elisa de Macedo, nomeada por Getúlio Vargas em 1945, está entre as mulheres que marcaram a história do Judiciário Trabalhista de Goiás. Falecida em 2014, Elisa orgulhava-se quando via as mulheres ocupando os mais diversos postos, pois sentia-se como parte deste contingente sempre crescente. A servidora acreditava na importância das mulheres nos espaços decisórios por uma questão de representatividade.   

A magistrada incluída mais recentemente na exposição é a desembargadora Iara Teixeira Rios. Nascida em 1971, na capital de Goiás, é a filha caçula de uma professora e de um juiz da cidade goiana de Jussara. Foi aprovada em Direito pela Universidade Federal de Goiás e, posteriormente, em seis concursos públicos. Em 2014, foi nomeada desembargadora do TRT-18 pela então presidente da república Dilma Rousseff. Foi diretora da Escola Judicial do TRT-18 no biênio 2021/2023.      

Prêmio CNJ  

O Prêmio CNJ Memória do Poder Judiciário foi instituído em 2021 para contemplar ação, atividade, experiência, projeto, programa, produção científica ou trabalho acadêmico que contribua para a preservação, a valorização e a difusão dos bens culturais materiais e imateriais do Poder Judiciário. A Resolução CNJ n. 429 e a Portaria CNJ n. 305 tratam dos objetivos e da regulamentação do concurso.  

A categoria Difusão Cultural e Direitos Humanos reconhece as iniciativas promovidas pelos centros de memória dos Tribunais que visam fomentar a cidadania, os direitos humanos, a cultura, a educação, a acessibilidade, a inclusão, a diversidade e a sustentabilidade. A avaliação abrangeu os 96 Tribunais do Judiciário, tendo sido premiados sete Tribunais.    

Texto: Thays Rosário
Edição: Beatriz Borges
Agência CNJ de Notícias