Servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) participaram, entre segunda e quarta-feira da semana passada, da Oficina de Parentalidade Simulada na Escola dos Servidores do Poder Judiciário. O treinamento, realizado pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos de Mato Grosso (Nupemec-MT), foi destinado aos instrutores, que serão facilitadores da Oficina de Parentalidade Real agendada para o dia 26.
A oficina real será promovida uma vez por mês pelo núcleo e é destinada a pais e filhos em separação judicial, processos de alimentos, de guarda ou qualquer outro problema em trâmite nas Varas de Família de Cuiabá. As partes foram convidadas pelos respectivos magistrados para a oficina. O objetivo é fazer com que os envolvidos entendam que a ruptura é do casal e não da família. O propósito é ainda dar suporte para que a coexistência com os pais, a partir do evento de ruptura, se dê da melhor forma possível para os menores envolvidos.
O curso foi ministrado por pessoas formadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com base no treinamento, os monitores aplicarão as atividades e exercícios com pais, crianças e adolescentes em casos reais. “O objeto que esses facilitadores vão lidar é delicado, porque são as questões familiares e o CNJ desenvolveu essa oficina de parentalidade exatamente para proteger os interesses da criança e do adolescente durante o período da separação. A gente precisou estudar muito, treinar muito para oferecer um serviço de qualidade”, conta Sílvia Melhorança, organizadora da simulação.
Menor impacto – Conforme Sílvia, o processo de separação, por si só, já é bastante estressante e muitas vezes traumático para os filhos. Em decorrência disso, o CNJ, numa política pública, instituiu as oficinas de parentalidade para diminuir os impactos (na criança e no adolescente) dos efeitos da separação. “Muitas vezes, durante a separação, os pais confundem as ocorrências internas desse processo, porque quem se separa é o homem da mulher, o marido da esposa. Não há separação do pai e da mãe, porque é uma relação que eles estabelecem com o filho. É isso que mostramos na oficina: que não há ruptura dos laços familiares entre pai, mãe e filho”, disse.
O foco da oficina real, segundo Sílvia, se reproduz nas três faixas etárias: para os pais, os adolescentes e as crianças com enfoques próprios. São atividades lúdicas para as crianças, lúdicas e reflexivas para os adolescentes, e reflexivas para os adultos. Busca-se, com isso, fazer com que as crianças e adolescentes entendam a situação e, no caso dos adultos, para que eles possam entender exatamente o que está acontecendo com os seus filhos durante a separação.
A expectativa da organizadora quanto à oficina real é que os pais compareçam e que aproveitem bem tudo aquilo que for dito ou proposto, uma vez que todo o conteúdo foi pensado por pessoas capacitadas. As oficinas reais são fechadas e restritas às famílias encaminhadas por magistrados.
Fonte: TJMT