Irmãos têm uniões homoafetivas formalizadas no mesmo dia

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Felipe Ferreira Silva era só felicidade. No último domingo (1/7), o rapaz de 26 anos teve a união estável com Luiz Claudio Nascimento, que tem a mesma idade, reconhecida em uma iniciativa inédita promovida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Ele e sua irmã: Márcia Brito, de 33 anos, que na ocasião legalizou a relação com Camile Dantas, de 32 anos.

Felipe contou que foi através da irmã que soube da iniciativa do TJRJ de reconhecer uniões estáveis homoafetivas. Márcia, por sua vez, explicou que tomou conhecimento por meio dos jornais. Ambos conversaram com seus companheiros e, então, decidiram que não iriam deixar a oportunidade passar. O projeto é desenvolvido em parceria com a Defensoria Pública e a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, com o apoio do Conselho Nacional de Justiça.

Apesar da pouca idade, Felipe e Luiz Claudio estão juntos há sete anos. Eles se conheceram quando ambos trabalhavam em um supermercado. Apesar da atração, a relação só engatou mesmo depois de Felipe deixar o emprego. “Pensei que perderíamos o contato, mas aí nos reencontramos em uma boate”, conta o rapaz, entre risos.

Já Márcia e Camile estão juntas há 10 anos. De acordo com Márcia, o desejo delas de oficializar a união era antigo. Mas os custos envolvidos era um empecilho. “Ouvimos de amigos que eles gastaram rios de dinheiro para reconhecer a união”, contou. A alegria poderia ter sido ainda mais completa se não fosse pela ausência da família, contaram os irmãos. “A família não veio. Há muita resistência. É algo velado, sabe? Mas a gente sabe que há preconceito. Aquela coisa do fingir que aceita, mas não aceita”, explicou Márcia.

“Mas estamos muito felizes. Acho que pessoas na mesma condição devem procurar exercer seus direitos. A sociedade não tem que nos aceitar. Tem é que nos respeitar. Pois também somos uma família, uma instituição”, acrescentou a irmã.

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias