Instituição que recrutou ex-detentos para obra de estádio, em Fortaleza, recebe o Selo Começar de Novo

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Parte da Arena Castelão, estádio de Fortaleza/CE que vai sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, foi erguida por homens que cumpriram pena em prisões cearenses. Na equipe de 5 mil operários que entregou no mês de janeiro a principal arena esportiva do estado, 24 eram ex-detentos. A instituição responsável por recrutá-los foi o Instituto do Desenvolvimento do Trabalho (IDT), organização social sem fins lucrativos contratada pelo governo do estado por meio da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social. A iniciativa valeu o Selo Começar de Novo, concedido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo o coordenador estadual de intermediação de profissionais do órgão, Antenor Tenório, a seleção começa antes de o preso deixar a unidade prisional. O IDT promove oficinas de orientação para o trabalho para turmas de detentos com pouco tempo de pena a cumprir. Dentro das unidades prisionais, os técnicos do instituto passam aos presos noções de cidadania e orientação profissional, como a maneira correta de se preparar para uma entrevista de emprego, apresentação pessoal e a importância da qualificação para o mercado de trabalho. Para quem ainda não possui carteira de trabalho, o IDT ajuda a obter o documento.

Ao mesmo tempo, o órgão cadastra os presos e, de acordo com a vocação, antecedentes criminais, referências e habilidades de cada um deles, negocia a abertura de vagas junto às empresas locais, principalmente nas áreas da indústria e da construção civil. “É um trabalho de formiguinha. Cada vaga que conseguimos para eles é uma vitória para nós, pois sabemos que se trata de um público muito vulnerável. Algumas empresas têm resistência em contratá-los”, afirmou o representante do IDT.

A inauguração da Arena Castelão, em 28 de janeiro, não marcou o fim do trabalho para os operários recrutados pelo IDT. Segundo a Secretaria Especial da Copa de Fortaleza, alguns deles foram aproveitados em outras obras do governo pernambucano.

Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias