Insegurança e medo de rebelião

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Segundo o relatório, a insuficiência de agentes prisionais no sistema prisional goiano é o principal responsável pela presença de armas, drogas e outros objetos proibidos nas prisões e carceragens do estado: com poucos agentes, as revistas acabam sendo mal feitas.  O documento deixa claro que só não foram apreendidas mais drogas e armas em Formosa e Planaltina de Goiás por falta de pessoal. “Deixou-se de efetuar uma revista integral em todas as celas porque havia o temor de rebelião”, diz o magistrados.

No município de Caçu, no interior de Goiás, apenas um agente carcerário cuida de uma casa prisional com mais de 30 presos. Pior, desarmado e contratado pela prefeitura do município que fica a 343 quilômetros da capital Goiânia, de acordo com a inspeção feita dia 24 de agosto.

Em Alexânia, cidade a 95 quilômetros de Brasília, no feriado de Corpus Christi, em junho passado, uma tentativa de fuga em massa da Agência Prisional do município acabou com boa parte da casa prisional sendo incendiada, um policial militar morto e dois agentes prisionais baleados. Segundo a direção da unidade, que fica no meio de um bairro residencial, uma arma de fogo teria sido jogada para dentro da unidade. Como o pátio central não tinha rede de proteção, os presos apanharam o revólver do chão e renderam os funcionários. Seis presos conseguiram fugir na ação.

No dia da inspeção, feita em 26 de agosto, os juízes notaram que uma rede de proteção foi instalada após o motim e que a lotação caiu de 80 homens, no dia da rebelião, para 46. 

Rebeliões – Outras rebeliões semelhantes aconteceram em outras cadeias públicas na Região do Entorno do Distrito Federak no mesmo feriado. Em Valparaíso, 26 presos fugiram a partir de um buraco cavado na parede de uma cela. Uma obra de ampliação começou em março de 2010, mas o governo estadual parou de pagar e a obra ficou parada durante quatro meses. “Devido ao barulho da obra, não ouvimos os presos cavando o buraco”, confessou o diretor da unidade, Ricardo Freire, durante a inspeção do dia 31 de agosto. 

O relatório aponta que o excesso de pequenos estabelecimentos penais dificulta a melhoria do sistema prisional. A solução seria investir em presídios de médio e grande porte para poder canalizar esforços e recursos humanos e materiais.

Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias