Guia Originários: Corregedoria Eleitoral do Pará inicia gravação de vídeo bilíngue

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Foto: TJAC
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A Corregedoria Regional Eleitoral (CRE) do Pará vai lançar no próximo mês de abril o ‘Guia Originários: Sua língua, seu voto, sua representatividade’. O objetivo é apresentar, de forma didática, informações importantes para permitir que os povos originários compreendam melhor o processo eleitoral, por meio de sua língua mãe. O guia terá uma versão em vídeo que começou a ser gravada na manhã da última quinta-feira (28/2), no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém.

A produção faz parte do projeto ‘Exercendo a Cidadania’ da CRE, que busca o atendimento e oferta de serviços eleitorais às comunidades isoladas, garantindo o pleno exercício da cidadania. O projeto será realizado no mês de abril em cinco municípios do estado: Paragominas, São Félix do Xingu, Santarém, Oriximiná e Jacareacanga.

Estão previstas a produção de cinco Guias Bilíngues de línguas indígenas faladas no estado do Pará. São elas: língua Mebêngokrê, pertencente ao tronco linguístico Jê; língua Munduruku (tronco linguístico Tupi); língua Nheengatu (Tupi); língua Wai-Wai (Karib) e língua Tenetehara (Tupi).

Para produzir os guias, foram organizadas visitas às aldeias indígenas, onde serão ofertados serviços eleitorais e colhidas as informações para os guias e feitas as gravações pela Assessoria de Comunicação Institucional (Ascom) do TRE do Pará. Estão previstas visitas à Aldeia Indígena Tecorral, no município de Paragominas, no sudeste paraense, distante cerca de 290 quilômetros da capital. No local vivem 500 indígenas. A equipe segue viagem ainda para Aldeia Kokraimoro, onde vivem também cerca de 500 indígenas, localizada em São Félix do Xingu, distante 1.054 de Belém, na região sudeste do estado.

O secretário da CRE, Bruno Giorgi, tem acompanhado o projeto de perto, juntamente com o corregedor e vice-presidente do TRE do Pará, desembargador José Maria Teixeira do Rosário. Para o secretário da CRE, a experiência tem sido única. “Trabalhar nesse projeto é tão desafiador quanto gratificante, porque ao mesmo tempo que temos que lidar com locais longínquos e a tradução de uma cultura para outra, podemos observar o sentimento de pertencimento dessas pessoas que, historicamente, ficaram à margem da sociedade”, destaca Bruno.

Para a chefe de Gabinete da CRE, Elaine Santana, participar desse projeto tem sido especial. “Desde entender a riqueza das línguas indígenas que existem no estado do Pará, quantas são, até definir quais seriam as prioritárias para a participação no projeto nesse primeiro momento, ajuda você a construir um maior contato com eles. Foram muitas videochamadas e a gente acaba se encantando e aprendendo com a diversidade, com os costumes de cada um deles”, afirma.

Elaine ressalta ainda que os 10 indígenas participantes do “Guia Originários: Sua língua, seu voto, sua representatividade” foram contratados como tradutores pelo Tribunal. Ela ainda faz questão de destacar toda a ajuda e dedicação ao projeto. “O apoio do nosso corregedor, desembargador José Maria Teixeira do Rosário, e da Uepa foram fundamentais. Esse trabalho também não seria possível sem a ajuda das linguístas, como a doutora Eliete e a doutora Antônia, que estão conosco nesse processo”, disse.

Gravação

Na última quinta-feira (28), teve início no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, a gravação da versão em vídeo do “Guia Originários: Sua língua, seu voto, sua representatividade” na   língua Wai-Wai, pertence ao tronco linguístico Karib.

Os estudantes indígenas da Universidade Estadual do Pará (Uepa), Adalto Rodrigues e Rodrigo  Nascimento, ambos da etnia Wai Wai, participaram da gravação feita pela equipe de Comunicação do TRE do Pará, juntamente com a equipe da CRE.

Guias

Os Guias Bilíngues vão trazer informações importantes que permitam à pessoa indígena compreender, na língua tradicional do seu povo – de forma escrita e em vídeo –, relacionadas ao processo eleitoral.

Entre os conteúdos que serão apresentados, estão noções básicas sobre alistamento eleitoral, o voto, a campanha eleitoral, o dia das eleições e a segurança da votação eletrônica.

Os guias terão ainda uma versão destinada ao responsável pelo atendimento eleitoral, contendo as perguntas básicas e objetivas relacionadas aos campos do Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE), de forma que torne acessível à pessoa que está sendo atendida o significado e a finalidade das informações solicitadas.

Para o desenvolvimento do projeto, foram realizadas inúmeras reuniões institucionais com instituições governamentais e universidades, parceria institucional com a Uepa, por meio da Pró-reitora de Graduação – Núcleo De Formação Indígena e Secretaria dos Povos Indígenas.

O projeto prevê ainda a confecção impressa e digital dos guias, a entrega nos locais de votação, dentro dos territórios indígenas dos falantes das línguas. Na ocasião, será promovida uma Roda de Conversa – com tradução simultânea – para explicar o conteúdo dos direitos e deveres dos eleitores e eleitoras indígenas, bem como estimular a revisão eleitoral, para que se declarem indígena, conforme previsto no art. 42, VI, da Resolução TSE nº. 23.659/2021, e declarem sua etnia e língua indígena praticada, de forma exclusiva ou concomitante com a Língua Portuguesa.

Fonte: TRE-PA

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