Com o objetivo de contribuir com a modernização do Poder Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apresentou, durante a 325a Sessão Ordinária realizada na terça-feira (23/2), o grupo de trabalho que desenvolverá estudos e apresentará propostas para garantir a efetivação das decisões judiciais em processos de execução. “É fundamental que essas decisões tenham efetividade, o que se dá exatamente com o cumprimento da sentença. É exatamente assim que se cumpre a promessa constitucional”, destacou o presidente do CNJ, ministro Luiz Fux.
O grupo, instituído pela Portaria nº 272/2020, será coordenado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marco Aurélio Bellizze e contará, em sua composição, com conselheiros do CNJ, representantes da magistratura, advogados, defensores públicos e servidores notariais. As sentenças envolvendo execuções fiscais estão excluídas dos estudos do grupo, por possuírem tratamento diferenciado no CNJ.
Fux enfatizou que o objetivo do grupo é apresentar propostas para superar a questão e lembrou que, muitas vezes, as decisões judiciais são prolatadas, mas há um nó górdio – referência à lenda de origem grega – que impede a presteza na sua realização. “A Constituição Federal estabeleceu, juntamente com o Código de Processo Civil (CPC), que a duração razoável dos processos inclui não só a atividade de conhecimento, mas também a atividade de realização judiciais.”
Já o coordenador dos trabalhos, ministro Marco Aurélio Bellizze, destacou que o Artigo 4º do CPC estabelece que as partes têm o direito de obter, em prazo razoável, a solução integral de mérito. Ele citou o Relatório Justiça em Números 2020 (ano-base 2019), produzido pelo CNJ, que aponta as execuções representam um acervo 54% maior do que os processos de conhecimento e com tendência de crescimento em estoque. “Os dados revelam o gargalo da execução civil como um dos principais obstáculos à melhoria da gestão judiciária, impactando os segmentos da Justiça Estadual, Federal e Trabalhista.”
De acordo com Bellizze, o grupo será subdividido em subgrupos que atuarão em cinco eixos específicos: Estudos e Diagnósticos; Legislação; Eventos; Automação; e Sistema de Buscas de Bens. Ele informou ainda que o Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ vai elaborar um diagnóstico preliminar contendo o panorama detalhado das execuções civis, com o objetivo de direcionar com maior precisão as atividades que serão realizadas.
Jeferson Melo
Agência CNJ de Notícias
Reveja a 325ª Sessão Ordinária no canal do CNJ no Youtube
Veja mais fotos no Flickr do CNJ (clique na foto para acessá-la em diversas resoluções)