O Grupo de Apoio à Adoção de Alagoas (GAA-AL) vem fomentando ações para impulsionar as adoções no estado, como a realização de reuniões para conscientizar os pretendentes acerca do perfil das crianças e adolescentes que estão nas entidades de acolhimento. O grupo foi criado em agosto deste ano e conta com o apoio do Poder Judiciário de Alagoas, por meio da Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (Ceij) e da 28ª Vara Cível da Infância e Juventude.
Para subsidiar a atuação do GAA-AL, a vice-presidente da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, Silvana Moreira, esteve em Alagoas, onde apresentou as ações desenvolvidas pelo grupo de adoção do Rio de Janeiro, como visitas a entidades de acolhimento e atividades que visam desconstruir a cultura da adoção.
“Buscamos dar apoio e conscientizar as pessoas que querem adotar. É preciso saber que a criança idealizada é diferente da criança real. A adoção não visa reproduzir a genética dos adotantes e sim o DNA da alma. Nós viramos uma grande família” afirmou Silvana Moreira.
Segundo o juiz Carlos Cavalcanti, que preside a Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (Cejai) e é membro da Ceij, a proposta para a criação do grupo no estado surgiu durante o 6º Encontro Estadual de Adoção, realizado em maio deste ano. “A temática da infância e juventude é uma das prioridades do Poder Judiciário de Alagoas, que por meio da 28° Vara Cível vem realizando audiências concentradas para acelerar os processos de adoção. Precisamos mudar a cultura da adoção, já que o perfil das crianças que estão disponíveis não corresponde ao que costuma ser sugerido pelos adotantes, que se refere a meninas brancas, de 0 a 3 anos”, explicou o magistrado.
De acordo com portaria publicada pela 28ª Vara Cível da Infância e Juventude, para se habilitar, os pretendentes à adoção precisam participar de no mínimo três reuniões do GAA, para conhecer melhor a realidade das crianças e adolescentes que estão nas entidades de acolhimento. Ênio Ricardo, que recentemente se tornou pai adotivo, é um dos participantes do grupo em Alagoas, que segundo ele, vai ajudar no compartilhamento de experiências sobre a adoção. “Essa troca de informações é muito importante, porque surgem dúvidas até para quem já adotou”, afirmou.
Existem 120 grupos de apoio à adoção no país, cujos representantes se reúnem uma vez por ano, durante o Encontro Nacional de Apoio à Adoção (Enapa), que conta com a participação de integrantes do Poder Judiciário, do Ministério Público e de conselhos tutelares, entre outros, para debater sobre a temática.
Fonte: TJAL