O governador da Bahia, Jaques Wagner, prometeu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que implodirá a Comunidade de Atendimento Socioeducativo de Salvador, conhecida como Case Salvador, até o fim de seu mandato, em 1º de janeiro de 2015. A ideia é construir outras unidades que abrigarão os adolescentes internados na unidade, atualmente superlotada por 246 internos.
A promessa foi feita em reunião nesta terça-feira (10/7), no gabinete do governador. Representaram o CNJ o supervisor e o coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Medidas Socioeducativas (DMF/CNJ), conselheiro Fernando Tourinho Neto e juiz Luciano Losekann, respectivamente, além da juíza auxiliar da Presidência Joelci Araújo Diniz.
“Foi um bom encontro, o governador conhece a realidade das unidades de internação e do sistema carcerário e se comprometeu a buscar solução para os problemas”, afirmou o conselheiro Tourinho Neto. Segundo o juiz Luciano Losekann, o governador prometeu também convidar o CNJ para a cerimônia de implosão da unidade.
A juíza auxiliar da Presidência Cristiana Cordeiro visitou a Case Salvador na manhã desta terça-feira e defendeu a regionalização da rede de unidades de medidas socioeducativas. “O ideal é que o adolescente cumpra a medida perto de sua família para facilitar seu processo de reinserção social”, disse.
A unidade abriga diversos jovens de todas as partes da Bahia. Como muitas famílias não têm condições de visitar regularmente seus filhos e parentes lá internados, a direção da unidade permite que os internos usem o telefone por 10 minutos a cada duas semanas para falar com pais ou parentes em cidades distantes.
Nesta terça-feira, Lucivânia viu seu filho pela primeira vez desde que foi apreendido, 20 dias atrás. Para isso, viajou 442 quilômetros de Paulo Afonso, cidade do norte do Estado onde vive, até a capital. “Tenho certeza de que ele vai melhorar após esse período aqui (no Case) porque ele está muito abalado com a situação”, disse. A visita foi uma exceção feita pela direção da unidade, por causa da distância entre as cidades. Normalmente familiares só visitam internos às quartas e domingos.
Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias