“Fortalecimento da educação básica é a ponte para o futuro do Brasil”, diz Barroso

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Ministro Luís Roberto Barroso durante palestra aos alunos da Escola Murilo Braga em Porto Velho - Foto: Ana Araújo/Ag.CNJ
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O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou na manhã desta quinta-feira (25/7), que o fortalecimento da educação básica é a ponte para o futuro do Brasil. A observação foi feita em palestra na Escola Estadual Murilo, em Porto Velho. O ministro cumpre agenda institucional no estado, onde visitou ainda o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) e teve um encontro com magistrados.

Na palestra a alunos do ensino médio, Barroso encorajou os alunos a serem pessoas boas, íntegras e idealistas, bem como falou sobre democracia, revolução tecnológica e mudança climática.  “Esses são três dos temas que pessoas como vocês, que estão entrando no mundo adulto, no mundo do conhecimento, no mundo profissional, precisam ter em conta”, afirmou o presidente do CNJ.

“Aliás, para entender o mundo, entender o país, é preciso ler notícias, livros. Ler é o segredo do conhecimento.” Professor universitário há mais de quarenta anos, ele afirmou ainda que o papel de um professor é o de “ajudar os alunos a pensarem com a própria cabeça, com valores, com informação e depois formando a própria opinião”.  

O chefe do Poder Judiciário nacional frisou a relevância do valor da democracia no mundo contemporâneo. “Temos de negociar com todo mundo, de ouvir posições das quais discordamos, de conviver com pessoas que não gostam da gente. Mas é assim que funciona uma democracia. E eu que já vivi uma ditadura, creiam em mim, é muito melhor do que as pessoas dando ordem e dizendo o que temos de fazer”, opinou.  

O ministro destacou a civilidade como um dos aspectos que marcam uma democracia madura. “Uma coisa que se perdeu um pouco no Brasil, que a geração de vocês tem que ajudar a resgatar, é civilidade, é a capacidade de conviver com quem pensa diferente por respeito e consideração. Esse é um ponto muito importante: quem pensa diferente não é nosso inimigo, é nosso parceiro na construção de um mundo aberto, de uma sociedade plural. Assim é que deve ser a vida”, apontou.  

Revolução tecnológica

Ministro Luís Roberto Barroso com os alunos da Escola Murilo Braga em Porto Velho – Foto: Ana Araújo/Ag.CNJ

Em seguida, o ministro Barroso deu dicas de vestibular aos estudantes e descreveu as mudanças do mundo a partir da revolução tecnológica. “A geração de vocês chega à idade adulta nesse admirável mundo novo da tecnologia da informação, da biotecnologia, da nanotecnologia, da invenção em 3D, da computação quântica, dos carros autônomos, da internet das coisas. Algoritmo, que é uma palavra esquisita, vai se tornando o conceito mais importante do nosso tempo. Portanto, há uma transformação profunda”, observou.

Por fim, ele frisou aos estudantes a relevância do enfrentamento da questão climática, outro tema importante para os exames de seleção para as universidades. “A mudança climática – ou o aquecimento global – vai fazer com que a vida na Terra seja profundamente afetada”, disse ele, mais uma vez aconselhando os estudantes a se informarem por sites de notícias.  

O ministro chamou a atenção dos estudantes para três fenômenos climáticos que acontecem no país no momento: as queimadas na Amazônia e no Pantanal e as enchentes no Rio Grande do Sul. “Nada disso é por acaso. Tudo isso tem uma causa e a causa é o aquecimento global. A Terra está ficando mais quente”, complementou, descrevendo a atuação dos gases do efeito estufa sobre o aquecimento global e, portanto, a relevância deles sobre a vida humana no planeta.

Homenagem

Em visita ao TJRO, o presidente do CNJ foi recebido pelo presidente em exercício da corte, desembargador Glodner Luiz Pauletto; pelo presidente em exercício do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO), desembargador Marcos Alaor Diniz Grangeia; e pelo Corregedor do TJRO, Gilberto Barbosa Batista dos Santos.

Barroso destacou a importância de manter um diálogo constante com quem faz a Justiça no país. “A gente vive um momento em que o Judiciário virou um alvo fácil, por ser parado e não ter a capacidade política dos outros poderes. Mas temos que exibir resiliência e continuar a fazer a coisa certa, que esse é o nosso papel na vida. Quero agradecer a todas as pessoas que me acompanham nesta jornada de viajar pelo país ouvindo os juízes, procurando prestar o melhor serviço possível”, finalizou.

Após o encontro, os magistrados acompanharam a inauguração de uma placa com um trecho do discurso de posse do ministro Barroso como presidente do STF e do CNJ.

Texto: Mariana Mainenti
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias

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