O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entregou selo do Programa Começar de Novo a dois empresários sul-mato-grossenses e ao Sesc/Senac do Estado. O prêmio reconhece o esforço de empresas e outras instituições na reinserção de detentos e ex-detentos à sociedade. As empresas têm ex-presos no seu quadro de funcionários e o Sesc/Senac fazem cursos de capacitação para detentos. A Copremol Indústria e Comércio de Premoldados atualmente tem 80% do quadro formado por ex-presidiários. Ireter Pires, proprietário, emprega 23 ex-detentos na fabricação de pré-moldados de concreto, como pisos, tubos, postes. “Já tive até 30 no meu quadro. A experiência tem sido maravilhosa”, afirmou. Jamais teve problemas com ex-presos e diz não querer saber qual é o crime que seu funcionário cometeu. “Estamos há um ano com o pessoal e até hoje eu não sei qual é a pena. O que interessa é o serviço que eles prestam para nós”, diz Pires.  

A experiência do Sesc/Senac é com pessoas que ainda estão cumprindo pena. Já foram realizados cursos nas áreas de cozinha, serviços domésticos, informática e artesanato. “A gente qualifica as pessoas em ocupações para que elas possam um dia ter emprego, abrir um negócio e gerar renda”, afirma. Os cursos de qualificação profissional  formaram cerca de 80 mulheres em 2010 e outras 60 pessoas estão se formando neste ano.

Atualmente os cursos atendem homens e mulheres que cumprem pena no regime semiaberto em Campo Grande. Segundo a gerente de educação profissional do Senac, Jordana Duenha, os planos para o futuro incluem abrir cursos em unidades no interior para aqueles de regime fechado.

Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias