A ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, atual corregedora nacional de Justiça, recebeu nessa terça-feira (16/8) homenagens durante a 354ª Sessão Ordinária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A corregedora, que será substituída pelo ministro Luis Felipe Salomão a partir do dia 30 de agosto, participou pela última vez de uma sessão.
O presidente do CNJ, ministro Luiz Fux, também em seus últimos dias no órgão de planejamento do Judiciário – em setembro será substituído pela próxima presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber -, destacou que a magistrada é exemplo de ética e probidade à frente da Corregedoria Nacional de Justiça, promovendo importantes correições relativas as atividades funcionais e administrativas da Justiça. “Vossa excelência é tudo aquilo que se espera do Poder Judiciário: eficiência, moralidade, ética e probidade. Nós magistrados devemos dar o primeiro exemplo, não podemos deixar pairar nem suspeita. E entendo bem que vossa excelência – através das instaurações de PADs – permite que as pessoas possam se defender, demonstrando não terem ligação com a ilicitude. Apesar de sabermos que são medidas voltadas para o aprimoramento da Justiça de nosso país e de nossa sociedade, isso exige grande firmeza de caráter.”
Fux salientou o aprendizado pela dedicação em suas nobres e desafiantes atribuições e reforçou que “seu legado como profissional ficará na história da Justiça brasileira, em especial, do CNJ. Não foram poucas as suas decisões. A Corregedoria Nacional de Justiça tem um trabalho hercúleo”. Fux lançou ainda a edição especial da Revista Eletrônica do CNJ, que homenageia Maria Thereza. A edição – além de apresentar artigo da ministra, advogada há 26 anos –, traz uma entrevista com a próxima presidente do STJ, conhecido como Tribunal da Cidadania. Também esteve presente à sessão o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso.
Integridade
O conselheiro Mário Goulart Maia registrou a honra e o desafio de trabalhar com a ministra. “Quem assistia nossos encontros e debates no CNJ, não sabe quem é a ministra Maria Thereza. Aqui ela fica brava, mas quem a conhece sabe o caráter forte e a doçura da ministra, com seus abraços e conselhos.” Ele ainda citou o filósofo e escritor Padre António Vieira: “Gratidão e respeito são a base de uma amizade sincera.”
O conselheiro Vieira de Mello Filho ressaltou as características de elegância, brilhantismo, força, transparência e integridade da ministra, durante sua despedida. “Suas ações são sempre coerentes e previsíveis. Uma mulher muito forte e que assumiu uma função dificílima na Corregedoria Nacional e, agora, assume o STJ, nos deixando tranquilos: o tribunal da cidadania está em mãos tão íntegras.”
Já o conselheiro Sidney Pessoa Madruga ressaltou a complexidade dos argumentos da ministra Maria Thereza em suas decisões e a acuidade de seus votos. “A extrema fundamentação e esclarecimento de suas decisões tornavam os votos praticamente irrecusáveis.”
A conselheira Jane Granzoto Torres da Silva elogiou o profissionalismo e a cultura da corregedora nacional. “Foi uma honra ter convivido com a senhora nesse colegiado. Seja feliz no STJ.”
Representantes de associações dos magistrados também acompanharam a sessão e homenagearam a ministra. “Falo em nome dos nossos 3,6 mil associados e, em especial, das mulheres juízas do trabalho, agradecemos pelo seu trabalho magnífico no CNJ. Acreditamos que seguirá com o mesmo brilhantismo no tribunal da cidadania”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luiz Antônio Colussi.
Nelson Gustavo Mesquita Ribeiro Alves, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), reforçou os elogios. “Reconhecemos e agradecemos todo o trabalho desempenhado à frente da Corregedoria Nacional de Justiça; trabalho árduo, mas enfrentado com toda altivez necessária para o fiel desempenho.”
“Não será um adeus, será um até breve. Nos veremos muito, ainda, nesse mundo. Assim espero”, afirmou a ministra Maria Thereza de Assis Moura, encerrando a sessão.
Texto: Regina Bandeira
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
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