Educação com liberdade: presos iniciam reforma de escola

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Pelas mãos e com dinheiro dos presos, começou, no dia 2 de julho, a reforma da Escola Estadual Flavina Maria da Silva, localizada no bairro Jardim Botafogo, em Mato Grosso do Sul. Essa é a quarta escola beneficiada com o projeto “Pintando Educação com Liberdade” que aliás, em razão da amplitude dos trabalhos desenvolvidos, teve sua denominação alterada para “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”. Com mais essa reforma a economia proporcionada pelo Poder Judiciário para os cofres públicos do Estado já ultrapassa 1,2 milhão de reais. 

A reforma é custeada com o dinheiro arrecadado por meio do desconto de 10% dos salários dos presos que trabalham no regime semiaberto e aberto. O governo estadual já economizou mais de R$ 1 milhão com o projeto, pois o principal diferencial da iniciativa, como explica o seu idealizador, juiz Albino Coimbra Neto, titular da 2ª Vara de Execução Penal, “os próprios presos trabalham na obra e todos os custos com materiais são pagos com parte do salário deles e de outros apenados que estão empregados em órgãos públicos, parques e indústrias da cidade”.

A reforma da escola Flavina Maria da Silva, que terá duração de 45 dias, contará com ações sustentáveis que garantirão a captação da água da chuva para a limpeza do pátio e irrigação de uma horta que será construída no local.

Orçada em R$ 97.000,00, a obra contemplará a reforma geral dos dois pavilhões de salas de aula, pavilhão administrativo e quadra de esportes coberta. Além disso, serão construídas duas coberturas, uma delas na entrada da escola e outra entre o pavilhão administrativo e as salas de aula, para evitar que funcionários e alunos possam transitar mais facilmente em dias de chuva.

A expressão “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”, explica o diretor do Presídio Semiaberto da Gameleira, Tarley Cândido Barbosa, que coordena a execução das reformas, busca dar uma conotação mais próxima de tudo o que é feito na instituição, “porque o projeto transcende a reforma estrutural. Ele proporciona dignidade aos servidores que lá trabalham, como também aos internos que têm a oportunidade de devolver para a sociedade uma justa remissão de pena”. Além disso, explica Tarley, há toda uma mudança no próprio aluno que passa a dispor de um local de estudo que estimule a sua busca por conhecimento.

Em maio deste ano o “Pintando e Revitalização a Educação com Liberdade” conquistou o reconhecimento nacional, por meio da Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que destacou na sessão “Nosso Aplauso!”, em seu portal, a iniciativa inédita do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.

Fonte:TJMS