Detentas concluem curso de panificação em Salvador

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Quinze internas do Conjunto Penal Feminino, do Presídio de Salvador (BA), estão em festa. Na tarde da última sexta-feira (15/7), tais mulheres, que participaram do curso de panificação oferecido pela Fundação Dom Avelar, receberam os certificados de conclusão da capacitação. O curso foi oferecido em parceria com o programa Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem a proposta de incentivar e promover projetos conjuntos de reinserção dos egressos do sistema prisional no mercado de trabalho. Sendo assim, por meio da capacitação, os detentos são preparados para uma nova vida após o cumprimento de suas penas.
A cerimônia de conclusão do curso foi realizada no galpão onde as internas produziram os pães (que compuseram o buffet do evento) e contou com a presença de representantes do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) – vinculada ao governo estadual, além dos colaboradores e administradores da unidade.

Relações interpessoais –“Elas conseguiram enxergar a vida de uma outra forma, viram que a vida pode ser diferente, por meio do trabalho”, afirmou a coordenadora de Integração Social da Seap, Silvana Selem, que acompanhou o processo de aprendizagem. A diretora-adjunta do Conjunto Penal, Luz Marina, destacou o mérito do programa Começar de Novo, afirmando que o curso influenciou no progresso emocional e nas relações interpessoais das internas. “Qualquer tipo de trabalho é benéfico. O ócio é a pior mazela dos presídios”, pontuou, ao acrescentar que “os cursos do Começar de Novo têm um caráter empreendedor, o que melhora a autoestima e ajuda as alunas a recuperarem sua dignidade”.

Presa há um ano e cinco meses, Cleidiane Oliveira da Silva demonstrou otimismo e esperança ao receber o certificado. “Foi uma oportunidade imensa. Só tenho a agradecer, pois aqui aprendi a fazer aquilo que vai me dar segurança quando eu for solta”, disse, emocionada. “Vou sair daqui regenerada, pronta para enfrentar a vida”.
Já a interna Daniela da Paixão Dias, presa há um ano e dois meses, também estava feliz com o que considerava uma nova etapa de vida. “Logo quando cheguei aqui estava desesperada e quando apareceu o curso, resolvi me dedicar para encontrar um sentido de viver com uma profissão”, relatou. “Eu conquistei meu diploma e agora vou reconquistar minha honra e minha dignidade”.

Cooperação técnica – A Fundação Dom Avelar já atuava no sistema prisional mesmo antes de se associar ao Começar de Novo, oferecendo cursos de pintura em tecido, bordado, cabeleireiro, entre outros. No próximo dia 23 de agosto, no entanto, a parceria será formalizada oficialmente, com a assinatura de um termo de cooperação técnica com o programa do CNJ.

“Eu acredito que será um passo muito importante para o processo de ressocialização das apenadas, sobretudo, nesta perspectiva de certificação”, afirmou o servidor do TJBA Orlando Bitencourt, integrante do Grupo de Monitoramento, Acompanhamento e Fiscalização do Sistema Carcerário e responsável pelas atividades do programa Começar de Novo naquele tribunal.

Fonte: TJBA