A experiência da Justiça do Trabalho na conciliação foi elogiada pela corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, durante a abertura do seminário “Trabalho, Conflito e Conciliação”, realizado nesta quinta-feira (24/5) pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR). “A Justiça do Trabalho já nasceu com algo que levamos mais de 30 anos para saber que é importante: a conciliação”, ressaltou.
Para a ministra Eliana Calmon, o tempo mostrou para todo o Judiciário, antes resistente aos acordos, que “conciliar é absolutamente necessário”. “Nem sempre a sentença é a mais justa. Muitas vezes o juiz se debruça no processo, mas nele não está a realidade da vida. Os fatos da vida estão com quem está fazendo o acordo”, disse.
Bastante aplaudida durante todo o seu discurso, a ministra aproveitou o momento para demonstrar seu apreço pela Justiça do Trabalho e desfazer o que, segundo ela, foi um mal entendido ao ser interpretada, em um de seus posicionamentos, que era contrária ao crescimento da Justiça trabalhista e agradeceu a oportunidade, “concedida pela presidente Rosemarie de me apresentar neste evento, cujo assunto eu acredito e apóio”, salientou Eliana Calmon.
Para a presidente do TRT-PR, desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão, a participação da ministra na abertura do seminário reforça a causa. “A aceitação do convite para esta abertura é algo que nos enche de júbilo, pois bem sabemos que, na condição de corregedora nacional, a excelentíssima ministra tem diligenciado com muita ênfase no sentido do cumprimento de metas que não são apenas ditadas pelo Conselho Nacional de Justiça. Constituem, também, objetivo e desejo de toda a comunidade jurídica pátria, porque voltadas ao cumprimento da missão de um dos
Poderes. Dentre elas, uma das mais prementes é o desenvolvimento da cultura da conciliação, tema deste seminário”, ressaltou a desembargadora.
O seminário “Trabalho, Conflito e Conciliação” integra o I Encontro Nacional da Conciliação Trabalhista, realizado na última semana. O TRT-PR mostrou aos participantes iniciativas inovadoras como os acordos na fase de recurso de revista, quando as partes desejam recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, e também anunciou novo projeto que é o acordo na fase de recurso ordinário, quando as partes recorrem às decisões de primeira instância.
A partir do próximo dia 18 de junho, os processos em fase de recurso ordinário no TRT-PR, originários das varas de Curitiba, passarão por nova tentativa de acordo antes de serem apreciados pelas Turmas do Tribunal. Pelo menos 18 audiências serão realizadas por dia, pelo Juízo Auxiliar de Conciliação (JAC) do TRT-PR. A experiência começa por Curitiba, mas a proposta é também estender os trabalhos às Varas do Interior do Paraná.
Do TRT-PR
