“Meu depoimento é como mulher e mãe: estou convencida de que o amor de pai e mãe é uma conquista diária e é incondicional”. Com essas palavras, a ministra Eliana Calmon, Corregedora-Nacional de Justiça realizou a abertura do evento em comemoração ao Dia Nacional da Adoção, realizado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.
Para a ministra é muito importante que o Estado se empenhe em dar uma família para crianças que não tiveram a ventura de serem recebidas em uma família organizada, e esta é a intenção do Cadastro Nacional de Adoção. “Precisamos fornecer aos juízes a ferramenta adequada para obter com segurança e rapidez os dados necessários nos processos de adoção”, diz a ministra. Na opinião do conselheiro do CNJ Paulo Tamburini, o CNJ tem feito um grande esforço para a causa das crianças e adolescentes, em cumprimento à Carta Constitucional.
Criado em 2008, o Cadastro Nacional da Adoção atualmente demonstra que há 4.583 crianças e adolescentes à espera de um novo lar no Brasil, e há 26.938 pais e mães que desejam adotar. “Foi um grande trabalho fazer algo extremamente simples, uma ferramenta que dá oportunidades infinitas para pais encontrarem crianças”, diz o conselheiro Paulo Tamburini. Na opinião dele, é preciso debater com a sociedade problemas que puderam ser visualizados após a criação do cadastro, como o fato de a maioria dos pretendentes a adotar estabelecerem a preferência por uma criança da raça branca. “A adoção não é um supermercado em que se escolhe a compra, a maioria dos pretendentes sofre de eugenia, quer crianças perfeitas”, diz o conselheiro.
Durante o evento, foram exibidos filmes como vídeo feito pelo Projeto Aconchego, que mostra pais que adotam crianças com síndromes mentais e físicas, e que estão muito satisfeitos com a adoção, ou mesmo pais que aceitam adotar crianças que não são mais bebês. “Quando um tribunal superior como o STJ se coloca à disposição de realizar um evento como esse e participar de uma política pública importante como a adoção, está chamando a atenção da sociedade para a seriedade do tema”, diz a ministra Eliana Calmon.
Luiza de Carvalho
Agência CNJ de Notícias