Condenados da Apac aprendem violão

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Desde sempre, a harmonia e a expressividade dos sons encantam o ser humano. A aposta do juiz Geraldo Rogério de Souza, da 1ª Vara Cível de Itaúna, Minas Gerais, é que esse poder da música sirva também como um instrumento para a recuperação e para a integração de condenados. Semanalmente, o magistrado dá aulas de violão aos detentos que cumprem pena na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Itaúna, no Centro-Oeste de Minas. O juiz tem 20 alunos.

O magistrado acredita que a música e o esporte são importantes ferramentas para a prevenção de delitos e para a integração e a participação de quem está nos sistemas de custódia do país, seja em abrigos para menores, seja em penitenciárias de segurança máxima. “A minha ação visa sempre levar a essas pessoas uma oportunidade de integração, de participação, não só aos condenados, mas também às pessoas que vivem à margem dos direitos”, afirma.      

Prevenção – Geraldo Rogério de Souza afirma que há outros trabalhos excepcionais que usam a música e o esporte na recuperação de pessoas em conflito com a lei, a maior parte deles desenvolvidos pela sociedade em geral, com pequena participação do Estado. “Muitas vezes, as iniciativas são preventivas e têm importância vital para evitar que essas pessoas cheguem aos abrigos e presídios”, defende. Em Itaúna, segundo o juiz, a primeira reação dos apenados às aulas de violão foi de desconfiança. Essa resistência inicial, contudo, passou ao longo dos meses.      

O curso de violão é realizado durante uma hora, sempre às quartas-feiras. Os detentos aprendem nos violões da própria Apac e em alguns instrumentos doados. “As doações são sempre bem-vindas”, lembra o juiz, que toca violão desde os 14 anos,já compôs músicas e participou de festivais.      

TJMG