A comarca de Blumenau promoveu, no último dia 17, a reinauguração do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), de forma a expandir os serviços prestados no local. Agora, além da atuação na esfera extraprocessual, o espaço passa a abranger também as demandas judicializadas, oriundas de todas as varas cíveis e da Unidade Judiciária da Furb – o que implicará um volume de aproximadamente 60 sessões por semana.
A desembargadora Janice Goulart Garcia Ubialli, coordenadora estadual do Sistema de Juizados Especiais e Programas Alternativos de Solução de Conflitos do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), participou do evento e reforçou a importância da atualização da Justiça mediante a promoção da conciliação para a resolução de conflitos. “Muito mais importante que litigar é resolver conflitos entre as partes, que nem sempre saem contentes em uma decisão judicial, na qual há perdedores e vencedores”, citou.
O Cejusc, localizado no Fórum Universitário de Blumenau, funcionará com um conciliador supervisor, uma secretária e dois estagiários, e terá a coordenação de dois magistrados, o juiz Clayton Cesar Wandscheer e a juíza Quitéria Tamanini Vieira Péres, com cooperação permanente do juiz Jeferson Isidoro Mafra. O novo espaço possui três salas de conciliação/mediação, uma recepção, uma sala de espera institucional e um cartório com quatro postos de trabalho. Em breve, contará com mais uma sala de conciliação/mediação e uma sala multiúso para capacitações e oficinas sobre temas relacionados a resolução e pacificação de conflitos.
“Esse dia realmente é histórico porque marca o início de uma fase mais otimista, mais pacificadora em relação a tudo aquilo que imaginamos, nós profissionais de Direito e também nós sociedade. É realmente possibilitar às partes e aos advogados que encontrem aqui, no Cejusc, a chance de realizar sessões de conciliação e de mediação por intermédio de pessoas realmente capacitadas, num ambiente totalmente preparado para isso. E a capacitação vai ser uma constante. Por todas essas razões, nosso otimismo está muito grande”, ressaltou a juíza Quitéria Péres.
Para Giselle Marie Krepsky, professora e membro do Núcleo de Práticas Jurídicas da Universidade Regional de Blumenau (Furb), o convênio oficial entre a universidade e o TJSC representa um importante passo na formação de profissionais do Direito. “O acadêmico tem de ter essa visão de que não adianta levar tudo para o Judiciário e de que as partes podem, sim, encontrar a solução entre elas, com o auxílio do conciliador”, afirmou.
O juiz Jaber Farah Filho, diretor do Fórum Universitário de Blumenau, fez coro aos colegas ao reafirmar que a reinauguração do Cejusc inicia uma nova fase para a cidade. “É um novo paradigma, vínhamos de uma cultura de litígio, de ação e contestação. Uma sentença judicial, por mais bem elaborada e minuciosa, não resolve o problema das pessoas, ela resolve uma situação jurídica dizendo de qual lado está a razão, de qual lado está o direito, mas o litígio por vezes se prolonga porque as pessoas saem insatisfeitas numa situação em que alguém ganhou e alguém perdeu”, finalizou.
Fonte: TJSC